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«Há tanta, tanta gente neste mundo, todos à espera de qualquer coisa uns dos outros, e, contudo, irremediavelmente afastados« Haruki Murakami
E com tanto desafio o meu textito pessoal passou para o dia seguinte, é fair, primeiro as obrigações (que linda frase, pena eu raramente a cumprir!!). Mas até calha bem porque amanhã à noite tenho um aniversário... já cá fica qualquer coisinha ;-)
Fim de tarde
Tenho saudades de um fim de tarde assim
Um por do sol, um copo, uma conversa
Enterrar os pés na areia, sentar-me em frente ao mar.
Um fim de tarde sem planos, inesperado
Sorrisos, palavras, olhares, gargalhadas,
sem pressas ou complicações.
A vida passa tão rápido, rápido demais.
Há, já houve, fins de tarde assim.
Tão simples como inesquecíveis
Convites insólitos, imprevisíveis
e que não se voltam a repetir,
mas que é bom recordar.
Olho para a janela e vejo a chuva a cair.
E só sonho com um fim de tarde assim.
Um por do sol, um copo, uma conversa
Enterrar os pés na areia, sentar-me em frente ao mar.
Tinha prometido não ouvir mais esta música que, confesso, dá-me nós nos estômago.. mas olhem, apetece-me hoje, só hoje, tá? Afinal a temperatura baixou e até é agradável um encostozinho ;-)
Hoje acordei com a sensação que aquele desfecho em Paris era muito mau....brejeiro, vulgar, piroso, nãaaa... hoje achei que aquele beijo tinha de acontecer de forma diferente e ocorreu-me este outro desfecho na minha cabeça (é assim como te disse no teu Blog Dina, não há a perfeição porque a cada dia queremos coisas diferentes!!!). É um pouco longo porque não resisto a alguns pormenores... quem estiver farto de ler, está desculpado!
A história de uma morena - versão 2
Uma 6ª feira de manhã quando a morena entrou no café e fingiu nem reparar no seu homem de fato, ele acenou-lhe com um sorriso chamando-a. Ela estremeceu de tão nervosa que estava, e foi ter com ele gracejando um “olá special one” para ultrapassar o nervosismo habitual que aquela criatura lhe provocava…Ele olhava-a com o seu típico olhar profundo e perguntou “tens planos para este fim-de-semana?”... Ela pensou logo, “agora é que é, o inevitável vai acontecer”, … e disse timidamente “nada de especial”.
“Então podes vir passar o fim-de-semana comigo à minha casa de praia” disse-lhe de imediato sem hesitar. Ela ainda meio atordoada, afinal estava à espera de um convite para jantar, ficou sem palavras a olhar para ele. Ele continuou com o ar mais natural do mundo “Encontramo-nos aqui à 18h30, está bem para ti?”…
“Mas, eu assim não tenho tempo de ir a casa buscar as minhas coisa e…” ele interrompeu-a agarrando-lhe a mão, era a 1ª vez que a tocara e ela sentiu um arrepio por todo o corpo, “Não precisas de levar nada, eu trago tudo o que precisas, espero-te às 18h30 e, é verdade, já tens o pequeno-almoço que vais pedir pago!” e saiu com o ar mais descontraído do mundo.
A morena tentava recapitular na sua cabeça tudo o que aquele estranho lhe tinha dito “passar o fim-de-semana, implicava dormir 2 noites a começar hoje e sem uma única peça de roupa sua, e numa casa de praia….” Abanou a cabeça e quase que entornava o capuccino que o empregado lhe acabava de colocar na mesa com o seu croissant com fiambre, ele conhecia de cor o seu pequeno almoço e ela de tão ofuscada com os seus olhares nem sabia o que ele comia para além do café no final… Passou o dia no trabalho com a cabeça na lua, não se conseguia concentrar e até a sua colega lhe acenava “alô??? Está alguém aí???”. Foi então que a morena se lembrou do seu cão, tinha de telefonar à sua vizinha para o levar a passear e dar-lhe de comida… e roía-se toda por dentro, como foi deixar aquilo acontecer, nem sabia para onde ía, nem como, nem se ía mais gente…
Ás 18h30 as suas pernas tremiam como varas verdes, lembrava-lhe a 1ª vez em que foi chamada ao quadro na primária. Entrou no café e lá estava ele sorridente e já sem gravata… “ainda bem que chegaste, pode ser que ainda dê para darmos um mergulho”.
“Mergulho” ele tinha dito “mergulho” e ela nem bikini tinha… começou subitamente a ficar em pânico mas ele nem a deixou falar “Vamos, anda ver se o que comprei te agrada”. Levou-a até a um carro, um BMW série 3, com apenas 2 meses, com bancos de pele, aquele sujeito vivia bem… Abriu o porta bagagens e lá estava um saco Luís Vuitton a cheirar a novo e uma necessaire da mesma marca.
Abriu o saco e disse. “Vê se está tudo o que precisas ou se precisamos de comprar mais alguma coisa”. A morena estava boquiaberta, ele tinha comprado aquilo tudo para “ela”. Começou a remexer, encontrou 3 bikinis da Rosa Chá tamanho P lindos, com conjuntos de pareos e túnicas, uns calções de ganga e dois tops de alças da Pepe jeans, umas havaianas brancas nº 37, o seu número, 3 conjuntos de lingerie preta, a sua preferida, da Victoria Secret.. ela sentiu-se a verdadeira gata borralheira que se transforma em cinderella, quando abriu a necessaire tinha lá o seu perfume preferido Light blue Dolce Gabanna, uma escova e pasta de dentes, uma escova de cabelo, champôs Kérastase para os seus caracóis castanhos, um creme de rosto e um de corpo da YSL … aquele homem parecia que vivia com ela, …não apenas na sua cabeça mas dentro da sua casa… como era possível??? Mas ainda havia mais, ele trouxe da parte da frente do carro uns cabides com dois vestidos que definitivamente lhe deram o golpe KO, um Channel e outro Prada, acompanhados de respectivos sapatos a condizer, que em conjunto deviam custar tanto como o seu carro…
E ele ainda perguntou “acertei?”. Sem querer demonstrar o evidente, que estava deslumbrada, ela sorriu e disse com a timidez que nem lhe costuma ser característica “em cheio… é tudo lindo”. Saber receber presentes era uma coisa com que ela não estava habituada a lidar, mas já aprendera que quando alguém lhe estava a dar algo com um sorriso tão rasgado, fosse o que fosse, devia simplesmente aceitar e agradecer. Seguiram viagem e ele conversava sobre as notícias da actualidade como se estivesse com ela todos os dias.
Foram para algures perto de Sesimbra e a casa de praia era, na verdade, uma quinta com direito a caseiro a abrir o portão… e tinha acesso por um caminho de rocha a uma praia praticamente privativa. Chegaram cerca das 19h30, ainda estava o sol a bater no horizonte e o seu homem de fato parecia incrivelmente feliz, já não tinha o casaco vestido e a morena começou aos poucos a observar alguns pormenores que nunca conseguiu ver por debaixo daquele fato. Tinha os ombros largos e era entroncado, e não devia ter mais do que 40 anos, a pele estava bem cuidada, as mãos eram grandes mas suaves. Então ele perguntou-lhe de rompante “queres vir dar um mergulho e ver o por do sol na praia antes de jantar?”. A pergunta apanhou-a desprevenida mas a proposta era brutalmente tentadora e ela disse “Claro que sim”. Foi ao quarto que ele lhe indicou (um quarto de visitas com cama de casal, casa de banho e um closet enorme, talvez toda a sua casa coubesse naquele quarto!), experimentou os 3 bikinis e indecisa acabou por levar aquele que ela considerou mais sexy, com um decote que lhe avolumava o peito e era bem decotado na parte de baixo. Colocou o pareo de conjunto e desceu as escadas sentindo-se uma verdadeira actriz de cinema a pisar a passadeira vermelha de Cannes.
Ele esperava-a já de tronco nu e num fato de banho azul às riscas, o seu tronco era definitivamente atraente, ligeiramente musculado e o seu ar ao vê-la embaraçou-a. Disse-lhe ainda “mesmo como eu imaginava!”. Seguiram pelo caminho de rochas, ele dava-lhe a mão para ela não escorregar, ela até fazia de propósito e desequilibrava-se só para embater no corpo dele… chegaram à praia e correram como crianças para dentro de água depois de ele lhe gritar “não tens coragem, vou chegar primeiro”. E chegou, mas ela não tardou a mergulhar também, enregelada sentiu o corpo todo arrepiado, os bicos do peito evidenciavam bem a baixa temperatura da água. Mas nesse momento, em que o sol já mergulhava com eles no mar, o homem de fato avançou para ela, rodou os braços à sua volta como que para a aquecer, encostou a sua testa à dela e disse-lhe sussurrando ao ouvido “tenho esperado muito por este dia, não sei desde quando nem porquê mas sonho contigo todas as noites e não consigo tirar-te da minha cabeça”, o frio da água transformou-se de repente num enorme calor, a morena sentiu-se a corar, como se estivesse comlpletamente nua. Mas já sem medos, segurou-lhe na cara, enfrentou os seus olhos e nem pensou em mais nada, beijou-o. Primeiro devagar como que a saborear cada pedaço dos seus lábios, depois, como gostou do sabor, avançou para um beijo intenso, demorado, e de corpos colados um no outro o mundo à volta deixou de existir. By Closet
Para quem não conhece ali a zona de Arrifana e Vale da Telha, perto de Aljezur, aconselho vivamente que lá vá (de preferência preparado para um mundo diferente). É que passei lá o ano passado uma semana com uns amigos fiéis à zona e voltei lá este fim-de-semana grande para estar com eles.