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«Há tanta, tanta gente neste mundo, todos à espera de qualquer coisa uns dos outros, e, contudo, irremediavelmente afastados« Haruki Murakami
Há mais de uma semana que não sei de ti.
Não te oiço os passos cansados, os horários desencontrados e as conversas misturadas de conforto e carinho.
Há mais de uma semana que não sei de ti.
Talvez até já tenham passado duas, o tempo sempre entrou em conflito comigo. Mas desta vez já não me rasgo por dentro, descontrolada. Não sufoco medos ou invento desculpas inúteis e sem sentido.
Não sei de ti. Assumo. Mais uma vez. É só mais uma vez, igual a tantas outras. Como se houvesse na terra um buraco enorme que te engolisse. Sei agora, com toda a certeza, que voltarás um dia. Apareces assim do nada, sem grandes desculpas ou explicações. E eu já aprendi a aceitar e não questionar. A vida é mesmo assim ao teu lado, um tecido tão raro, mas remendado, que por tantas vezes esgaça. Já aprendi a deixar-te viver nas minhas fantasias e ilusões e a entregar o meu fôlego a tudo o que vou agarrando de verdadeiro da vida.
Sei agora, com a certeza que tanto me queima a pele como me alimenta, a alma que te lembras de mim, sempre, ao acordar. E que me levas contigo à noite nos teus sonhos, aqueles com que aqueces a cama fria.