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«Há tanta, tanta gente neste mundo, todos à espera de qualquer coisa uns dos outros, e, contudo, irremediavelmente afastados« Haruki Murakami
"Ela está tão apaixonada por mim que não quer saber de mais nada. É por isso que está apaixonada por mim" li no livro Spunik.
Assim é o estado absorto de paixão... e, acredito, que seja das drogas mais poderosas do universo... e também das que se paga o preço mais elevado.
Eu passei o fim-de-semana quase todo a... dormir. Dormi muito... ando às voltas com a carta de desamor, ando à volta com o tema... acho que ando à volta!! E dormir, de repente, pereceu-me uma necessidade imensa. É um espécie de pausa da vida.
Eu sempre tive as minhas teorias, aquelas cientificamente "incomprováveis", emocionalmente prováveis e muito provavelmente... aquelas que no dia seguinte contesto e juro a pés juntos "eu não pensei isto"...Sorry, sou assim! Mas, tal como um monte de teorias de cientistas são irrealistas e desprovidas de sentido, são contestadas por outras que "provam" que são melhores... bom... eu também tenho as minhas... as de hoje e agora...amanhã... logo se vê!
Não fiz experiênca de laboratório, na verdade tenho apenas alguma troca de impressões com pessoas ainda mais estranhas que eu ... ok, não deve ajudar... mas pronto!
Enfim...mas em jeito de conclusão... "porque uma pessoa se apaixona por outra pessoa e fica como que hipnotizada, sem querer saber de mais nada?"... acho que a resposta está na colisão das retinas. Tão simples e complicado como isto! Ver, olhar e fixar, são coisas completamente diferentes... Vemos muita coisa, olhamos só para o que nos desperta a atenção, e fixamos apenas o que nos apaixona. Quando quatro retinas, no mesmo segundo, se fixam há uma espécie de bloqueio cerebral, a retina detecta essencialmente variações de luminosidade, e há uma espécie de apagão, nada mais à volta interessa...só isso! Simples. Mas se pensarmos bem... não é vulgar acontecer... :)
Escrever uma carta de desamor é a coisa mais dificil que me podiam pedir... e, confesso, estou a sofrer com ela... vou ouvindo musicas para ver se vejo uma luz, se me inspiro... e vou pensando na quantidade de retinas que se cruzam diariamente, umas na busca de outras, outras fugindo, outras fingindo... se este desencontro é suficiente para uma carta de desamor... sem raiva ou ódio, apenas um lamentar sobre um desvio de retinas.(definitivamente parece-me que estarei nos piores trabalhos desta vez...).
Aquelas duas retinas que ainda fixam ofuscadas outras duas às sua frente e percebem, impotentes, que em resposta, já só existe um breve olhar.