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«Há tanta, tanta gente neste mundo, todos à espera de qualquer coisa uns dos outros, e, contudo, irremediavelmente afastados« Haruki Murakami
Disse-lhe que não. Mais uma vez, não. E mais outra.
Ela não compreendeu e viveu com ele as historias que lhe apeteceu.
Ele não sabe, nem imagina, o que a fascina, sonhar com ele. Noite e dia, como por magia tê-lo como antes. E não distantes, despidos de acção, ou emoção. E ela sonha-o constantemente, num acto inconsciente, dormente, num silêncio encenado. Faz tudo errado, e ele segue o seu caminho, sozinho.
Ela percorre-o com o olhar, sem reparar tropeça na imaginação e, na desilusão, persegue o seu sorriso antigo, em busca de abrigo, o que já não existe. Fica triste. Recorda com melancolia, aquele dia em que o descobriu, e sentiu que era diferente, carente. Confusa nem percebia, a ironia da atracção, o jogo da sedução em que entrou sem perceber. Rendida, sem se mexer, presa numa teia. Não sabe se o deseja se o odeia. Mas sonha-o mais uma vez, numa viciante embriaguez, porque a história ficou mal contada, inacabada. Ela anseia a conclusão, a que sonha e imagina, porque não aceita um não.