Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
«Há tanta, tanta gente neste mundo, todos à espera de qualquer coisa uns dos outros, e, contudo, irremediavelmente afastados« Haruki Murakami
Foi na escuridão do silêncio que ele morreu.
Ela assitiu à sua morte anunciada e viu-o cair a seu lado. Inerte. Jazia arrasado.
O corpo delineado a um traço de giz no chão. Sem o sorriso nos olhos, a voz quente aveludada, sem nada.
Como o corpo morto a seu lado, também o chão era frio e o desenho vazio.
Um esboço tosco de alguém que nem sabe se existiu.
Ou se foi inventado. Se o sangue lhe corria nas veias, pulsava-lhe o coração no peito,
ou se fora sempre um traço a giz no chão por si própria desenhado.
Morreu. Largou-lhe a mão que o prendia e decidiu naquele dia apaga-lo.