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«Há tanta, tanta gente neste mundo, todos à espera de qualquer coisa uns dos outros, e, contudo, irremediavelmente afastados« Haruki Murakami
Fizeste-me serenatas em barcos de papel.
Tão frágeis, quanto loucos, deixei-me levar sem perceber. Eram serenatas de amor, à deriva num oceano imenso, embebidas em promessas vãs. E, mais uma vez, sonhadora acreditei. Perdi-me. Perdi-te. Entre mares de contradições, afoguei o meu coração.
Eu já devia conhecer essas palavras ridículas com que encantas e incendeias desejos. Não mudaram, são as mesmas promessas, a desmesurada paixão. Já devia esperar o final sem medo, a tua fuga e a minha desilusão.
Eu sei que não mudaram essas palavras poéticas, efémeras, que ouvi novamente, sedenta desse amor que nunca apaguei.
Ainda não sei porquê, mas precisei de ouvi-las. As serenatas em barcos de papel, onde, mais uma vez, naufraguei.