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Desamor

por Closet, em 21.12.09

Depois de um fim de samana de...festas...sim, este mês é mesmo non-stop e para juntar aos nossos aniversários e compromissos, junta-se a vida social dos fihos...ehehe... como se diz, "quem sai aos seus"...

Anyway....mais 3 dias e só trabalho para o ano...isto soa-me maravilhosamente bem!

 

O meu cursinho de escrita está a terminar...só falta uma aula... e, tal como esperava, a coisa não correu bem na Declaração de Desamor...wonder why??!! Não que isto seja importante para mim, adoro mesmo é estar nas aulas, mas definitivamente convenço-me que não sei "transmitir" desamor,  I guess... e ainda bem! Por mais pesquisas que fiz sobre o conceito de"desamor" fiquei sem perceber de facto o que significava... :S

 

O sentimento que conheço mais parecido é talvez a desilusão... pessoas que nos decepcionam... que julgamos um geodo recheado de pedras preciosas brilhantes...e quando abrimos deparamo-nos, a determinada altura, mais cedo ou mais tarde, às vezes tarde demais, que não passam de rochas ocas...

 

Acho que é mais ou menos isto:

"As miragens são todas aquelas pessoas que, sempre que as imaginávamos capazes de nos tornarem mais simples e mais compreensíveis, nos decepcionaram. É por isso que as miragens nunca acontecem por influencia da luz do Sol, quando o olhamos de frente. Só muito mais tarde descobrimos que as miragens nascem e crescem presas às pessoas que, em vez de janelas de simplicidade, criam labirintos no nosso coração. E nos levam a reparar, sempre que olhamos para trás, que - em vez de transparência - surge opacidade.

Uma miragem e tudo aquilo que, no lugar de pessoas luminosas, cresce sob a forma de vultos, de penumbras, e com um insustentável sentimento de estranheza. Porque, com a ilusão de haver quem nos conheça as miragens dão-nos quase tudo o que nos faz falta. Menos o que só o amor e o reconhecimento transformam numa janela de simplicidade." Eduardo Sá

 

Já tive decepções assim, de amizade, de família, de amores...quem não teve?? Felizmente acho que as posso contar pelos dedos das mãos...e, em nenhuma, guardo sentimentos de rancor... "arrumo-as" numa caixinha que escondo lá para o fundo de um armário, passam de "amigos" a "multidão" e por isso perco-os de vista, e quando isso não é possível, torno-as transparentes, passam por mim invisíveis... é uma forma de reagir, I guess...

 

Anyway...tive alguns pedidos, e mesmo sendo uma péssima declaração de desamor... aqui fica publicado a minha ultima tentativa na matéria... (pode ser que aprenda qualquer coisa com o livro da Margarida "O dia em que te esqueci", que só vou lê-lo porque foi um presente especial...pffff !!)

 

 

"Amor, escrevo-te para dizer que parti.

Tenho esperado tanto. Sinto o corpo dormente de desilusão, dos gestos ausentes, incompreensíveis, das miragens de paixão.

Preciso de acordar deste sonho antigo, que me persegue, como o pior inimigo.

Sabes, como naquele filme onde ele acorda todos os dias, e é sempre o mesmo dia, repete-se sem parar? Assim estou eu, a adormecer e a acordar.

Revivo diariamente aquela noite em que cheguei a casa de madrugada e confusa pensei… o que foi que fiz? Remexi os lençóis intactos e vi que não estive ali. Nessa noite fui sequestrada, num tiro certeiro, embriagada, pelos teus olhos que incendiarem os meus. De uma chama vazia fiz fogo que nunca ardeu. Fui envenenada pelo perfume da tua pele e o sabor letal do teu toque. Não sei explicar o que aconteceu. Quebrei. Errei? Sei que naufraguei. Mas não suportaria a solidão de não ser eu.

Quis-te ardentemente, como uma toxicodependente. O calor dos teus lábios, o sorriso do teu olhar. Contigo voltei a voar. Inebriada, desejei aquele beijo roubado. Só queria ficar do teu lado. Na mudez dos teus braços quentes. Envolventes. Não trocaria nada por aquele momento, não mudaria o que tive ali. Tudo o que quis foi viver um pouco de ti. E no entanto, hoje penso triste, que não consegui.

A paixão retém a alma, dói. Corta por dentro, rasga, corrói. É melhor que saibas, a paixão destrói, num escalpe lento, numa espécie de auto-mutilação, como um buraco cá dentro em constante erupção.

Tu aprisionaste-me numa ilha deslumbrante, envolta em fantasia. Um lugar de gente livre, que vive para amar, sem pensar. Eu julguei, ingénua, que te ía encontrar.

E corri desenfreada, deambulei alienada, por entre gente linda, inocente. É evidente, que não via mais nada… porque entre nós, há uma imensa estrada.

Apenas Eu e Tu, dois pólos opostos, gelados, distantes.

O Nós perdeu-se num tempo e num espaço, num labirinto de vidro baço. Escuro, intransponível como um muro.

E eu continuei na areia sentada, a ver os barcos a passar. Ao longe os rostos radiantes acenavam-me, eu via-os, indiferente, nunca quis embarcar. Porque amar-te fazia-me sonhar.

Hoje, com a cabeça em maresia, acordei e sacudi o pó que me envolvia, e descobrir o quanto estou só. Talvez porque o fio que tenho agarrado cegamente terminou num nó. Apertado. Impossível de desatar. Para seguir em frente tenho de o cortar.

Deixo-te, então, esta carta para que saibas que parti e não vou voltar."

 

publicado às 01:14


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