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«Há tanta, tanta gente neste mundo, todos à espera de qualquer coisa uns dos outros, e, contudo, irremediavelmente afastados« Haruki Murakami
Sempre fui lamechas. Confesso. Acho que é crónico e na minha avançada idade (!) já não tem cura...
Na semana passada tive uma espécie de discussão com um colega meu com quem trabalho há anos, que admiro demais e em quem confio 100%. E digo uma espécie, porque na verdade, eu não tive sequer direito a discutir...ele avançou como um tornado para cima de mim sem eu sequer perceber exactamente o que tinha feito errado....
É uma verdade que fico em baixo quando as minhas campanhas correm mal...(e se têm corrido...) e aceito as mais dolorosas críticas quando as recebo.... mas um amigo gritar-me como louco... por algo que nem tenho culpa e nem sei bem o quê... sinceramente, acho que não mereço.
Depois de chorar (e se chorei...) lambi as feridas e decidi ignorá-lo. Tenho uma capacidade enorme para o fazer, é como se não existisse e é uma forma de me proteger. Passou uma semana de uma distânca marcada e evidente, um discurso mudo e um olhar ausente.
Ele é informático....malta estranha...mas percebeu que afinal devia ter feito algo errado...não sabia bem o quê... disse que estava "intrigado"... talvez em linguagem de programação SQL tenha algum significado diferente do meu.... mas, ainda com palavras mal amanhadas, pediu-me desculpa mesmo não sabendo bem do quê... os homens são engraçados... basta catalogar-nos de sensíveis e voilá... ainda somos as culpadas, que amuamos...
Mas pronto, lá fiquei eu lamechas novamente, as lágrimas a escorrerem-me pela cara ao olhar para o e-mail... não sei estar chateada com uma pessoa que gosto... sofro demais...e sei que ele tem andado incomodado com o meu afastamento...ainda bem que não é feito de pedra (porque há por lá uns que o são... ). Ele é mesmo meu amigo, e como não sou rancorosa, nem orgulhosa, não hesitei em dizer-lhe que chorei, que fiquei triste, magoada, que nem percebi porque gritou comigo... mas que eu apenas esperava dele, pacientemente, um pedido de desculpas, sentido e verbal.
Confesso que nos ultimos tempos só me apetece desaparecer dali, têm sido de uma loucura infernal...