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«Há tanta, tanta gente neste mundo, todos à espera de qualquer coisa uns dos outros, e, contudo, irremediavelmente afastados« Haruki Murakami
Passei um fim de semana fantástico, perdida do mundo, numa cabana.., (prometo colocar fotos e breve do local!). Confesso que estava a precisar de descanso junto da mãe natureza, com o meu companheiro de viagem, com os meus phones e o meu livro. Foram apenas dois dias, mas refrescaram-me a alma...
Voltei. Não tive outra hipótese :)
Mas voltei também a ouvir "momy momy" e as habituais correrias, estudei língua portuguesa e fiz revisão de estudo do meio, comi castanhas assadas à lareira com uma amiga do coração... ainda bem que voltei!
Tenho um trabalho em mãos para apresentar 5ª feira no meu curso, é apenas uma página, o que é isso?? mas na verdade é uma página sobre o "porquê", e não sobre "o quê" ou "o como"... Acho que sempre tive mais dificuldade nesta parte... justificar nunca foi o meu forte quando se trata de sentimentos ou emoções.
Gostei do livro gostei. Muito. Demais. Porquê? Tenho de explicar... mas as palavras não saem...
Ando com o livro atrás, já o li e reli, folheio da frente para trás, de trás para a frente, escrevinho frases no meu caderninho... até já conversei sobre ele com uma pessoa que nem conheço... e, na verdade, eu própria sinto-me um satélite em órbita sobre a essência do livro, um tema que me assusta e impressiona, a solidão.
Bem sei que não me posso cingir a gostar do tema, que na verdade nunca pensei nele a sério, o autor vale muito mais do que isso. Ele tem o dom de personificar emoções, retrata-las em situações quotidianas.
"Sem que nos dessemos conta, o meu espírito e o dela tinham-se aproximado desmesuradamente. Como qualquer jovem casal de amantes que se despe em conjunto" ou "uma concha vazia. Foi essa a primeira impressão que a sua imagem causou no meu espírito. Miu lembrou-me um quarto que fica vazio depois de toda a gente se ter ído embora".
Ainda não sei o que vou escrever, nem como... sempre me limitei a dizer abertamente que gosto das coisas, apaixono-me e pronto... procurar os porquês assusta, ás vezes temos surpresas, descobrimos o que não queremos, enfrentamos aquilo de que fugimos...
Se sou complicada? Talvez. Admito. Nem sempre o que escrevo é compreensível à maioria dos mortais... às vezes nem eu mesma o compreendo numa segunda leitura... porque escrever é, para mim, uma forma de pensar... e neste terreno de areias movediças a lógica nem sempre assume o papel principal.
Mas acredito que existam seres humildes e sensíveis que orbitam como eu à volta da terra . Que também se questionam e que também não saibam responder a todos os porquês que diariamente os assolam. Nao obstante, sabem, sem pestanejar, que um dia, por qualquer crepusculo lunar, se apaixonaram por algo ou por alguém desmesuradamente. E, como não têm de escrever um texto de 1800 caracteres a justificar, isso basta-lhes!