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A teoria da paixão

por Closet, em 29.11.09

"Ela está tão apaixonada por mim que não quer saber de mais nada. É por isso que está apaixonada por mim" li no livro Spunik.

 

Assim é o estado absorto de paixão... e, acredito, que seja das drogas mais poderosas do universo... e também das que se paga o preço mais elevado.

Eu passei o fim-de-semana quase todo a... dormir. Dormi muito... ando às voltas com a carta de desamor, ando à volta com o tema... acho que ando à volta!! E dormir, de repente, pereceu-me uma necessidade imensa. É um espécie de pausa da vida.

 

Eu sempre tive as minhas teorias, aquelas cientificamente "incomprováveis", emocionalmente prováveis e muito provavelmente... aquelas que no dia seguinte contesto e juro a pés juntos "eu não pensei isto"...Sorry, sou assim! Mas, tal como um monte de teorias de cientistas são irrealistas e desprovidas de sentido, são contestadas por outras que "provam" que são melhores... bom... eu também tenho as minhas... as de hoje e agora...amanhã... logo se vê!

Não fiz experiênca de laboratório, na verdade tenho apenas alguma troca de impressões com pessoas ainda mais estranhas que eu ... ok, não deve ajudar... mas pronto!

Enfim...mas em jeito de conclusão... "porque uma pessoa se apaixona por outra pessoa e fica como que hipnotizada, sem querer saber de mais nada?"...  acho que a resposta está na colisão das retinas. Tão simples e complicado como isto! Ver, olhar e fixar, são coisas completamente diferentes... Vemos muita coisa, olhamos só para o que nos desperta a atenção, e fixamos apenas o que nos apaixona. Quando quatro retinas, no mesmo segundo, se fixam há uma espécie de bloqueio cerebral, a retina detecta essencialmente variações de luminosidade, e há uma espécie de apagão, nada mais à volta interessa...só isso! Simples. Mas se pensarmos bem... não é vulgar acontecer... :)

 

Escrever uma carta de desamor é a coisa mais dificil que me podiam pedir... e, confesso, estou a sofrer com ela... vou ouvindo musicas para ver se vejo uma luz, se me inspiro... e vou pensando na quantidade de retinas que se cruzam diariamente, umas na busca de outras, outras fugindo, outras fingindo... se este desencontro é suficiente para uma carta de desamor... sem raiva ou ódio, apenas um lamentar sobre um desvio de retinas.(definitivamente parece-me que estarei nos piores trabalhos desta vez...). 

Aquelas duas retinas que ainda fixam ofuscadas outras duas às sua frente e percebem, impotentes, que em resposta, já só existe um breve olhar. 

 

 

publicado às 21:33

Desabafo

por Closet, em 26.11.09

Sempre fui lamechas. Confesso. Acho que é crónico e na minha avançada idade (!) já não tem cura...

Na semana passada tive uma espécie de discussão com um colega meu com quem trabalho há anos, que admiro demais e em quem confio 100%. E digo uma espécie, porque na verdade, eu não tive sequer direito a discutir...ele avançou como um tornado para cima de mim sem eu sequer perceber exactamente o que tinha feito errado....

É uma verdade que fico em baixo quando as minhas campanhas correm mal...(e se têm corrido...) e aceito as mais dolorosas críticas quando as recebo.... mas um amigo gritar-me como louco... por algo que nem tenho culpa e nem sei bem o quê... sinceramente, acho que não mereço.

Depois de chorar (e se chorei...) lambi as feridas e decidi ignorá-lo. Tenho uma capacidade enorme para o fazer, é como se não existisse e é uma forma de me proteger. Passou uma semana de uma distânca marcada e evidente, um discurso mudo e um olhar ausente.

Ele é informático....malta estranha...mas percebeu que afinal devia ter feito algo errado...não sabia bem o quê... disse que estava "intrigado"... talvez em linguagem de programação SQL tenha algum significado diferente do meu.... mas, ainda com palavras mal amanhadas, pediu-me desculpa mesmo não sabendo bem do quê... os homens são engraçados... basta catalogar-nos de sensíveis e voilá... ainda somos as culpadas, que amuamos...

Mas pronto, lá fiquei eu lamechas novamente, as lágrimas a escorrerem-me pela cara ao olhar para o e-mail... não sei estar chateada com uma pessoa que gosto... sofro demais...e sei que ele tem andado incomodado com o meu afastamento...ainda bem que não é feito de pedra (porque há por lá uns que o são... ). Ele é mesmo meu amigo, e como não sou rancorosa, nem orgulhosa, não hesitei em dizer-lhe que chorei, que fiquei triste, magoada, que nem percebi porque gritou comigo... mas que eu apenas esperava dele, pacientemente, um pedido de desculpas, sentido e verbal.

Confesso que nos ultimos tempos só me apetece desaparecer dali, têm sido de uma loucura infernal...

 

publicado às 23:37

A Cabana

por Closet, em 25.11.09

O prometido é devido!

Aqui está a Cabana plantada algures perto da Comporta num local chamado Brejo da Amada.

Acho que é pertinho do céu!

 

"No mais profundo silêncio, conseguimos estabelecer o diálogo."

"Sonho. Às vezes penso que é a única coisa que vale a pena. Sonhar, viver no mundo dos sonhos." Haruki Murakami

 

publicado às 23:10

Leve

por Closet, em 24.11.09

É assim que me sinto quando venho das aulas do meu curso de escrita criativa!

Não porque efectivamente não comi nada desde o almoço...e ás 22h já não me apetece sequer pensar em comida... (este curso é melhor que ir a um nutricionista!!)

Na verdade até estou um pouco inchada, confesso, mas porque o meu trabalho foi um dos escolhidos pelo professor :) eu e a minha amiga ficámos entre os 13 preferidos, num grupo de 50 foi muito animador! E lá estavam os nossos textinhos fotocopiados em vários exemplares para cada um levar...

No meu apenas tinha assinalado dois erros: uma redundância, típico!, e um problema com vírgulas a mais... (By the way...este é um problema crónico que tenho na vida real...adiante!).

É notório o gozo que este curso me dá, gosto de falar dele e de mostrar os meus trabalhos aos meus amigos. Bom, há talvez um ou outro que ainda não saiba, há talvez uma ou outra pessoa que eu até gostaria de contar, mas resumo-me à minha insignificância e...com toda a certeza ela não tem qualquer interesse em saber. Paciência.

Tenho outro trabalho para fazer...ahhh pois é!... e o tema é, nada mais, nada menos que ...tchanananan... uma Carta de Desamor... oh god!

Na verdade, em miúda as cartas de Amor eram a minha especialidade, em prosa, com rimas, whatever, até fazia para as minhas amigas...era só me inspirar!! mas agora de desamor??? o que é isso??

Ao que parece não é preciso fazer um drama, derramar sangue ou debitar um rol de lamúrias. O que se espera é algo criativo, e isso pode muito bem ser uma "boa tampa", um "tchau, até nunca mais" ou um "quem és tu?"...com estilo! Confesso que a minha cabecinha loira já está com mil ideias a rodopiar em torno do fuzível central... logo se vê o que vai sair...tenho uma semana para me inspirar!

E se no meu post anterior falei das pessoas que nos preenchem o mundo, nos sufocam os sentidos e usurpam todo o nosso campo de visão...  admito, no meu estilo ingénuo muito próprio Alice no País das Maravilhas..."wake up! gritam-se constantemente" por confundir um olá com um adeus...agora tenho de falar do oposto... Nas pessoas arrogantes e insensíveis, ou naquelas que nos desiludem ou magoam prepositamente, ou as que simplesmente nunca gostaram de nós mas não quisemos acreditar, as que talvez nem sequer existiram e foram um produto fabricado com paixão pela nossa mente... vou falar de pessoas que se tornaram vazias, que ainda raspam diariamente os nossos corpos endurecidos, mas já não as sentimos,  passam por nós nitidamente invisíveis.

Vai ser doloroso, mas vou conseguir! I guess :S

 

publicado às 23:00

Conversar com estranhos

por Closet, em 22.11.09

Entreguei o meu trabalho. Lá está no meio de tantos outros. Sinceramente não sei se me expliquei bem, as palavras por vezes pregam-nos rasteiras, nem sempre se resumem ao que vem no dicionário... "(...) se as palavras tivessem o valor das coisas mais ninguém faria amor. Bastaria dizê-lo".

De qualquer forma, precisei de utiliza-las para justificar o porquê e o mais importante é que inevitavelmente levou-me a pensar no que li, a entregar-me ao livro. Talvez não fosse má ideia fazer este exercício sempre que um livro nos toca de uma forma especial!

Neste livro de Haruki senti como se estivesse a falar com um amigo que esteve muito tempo sem dar noticias e, em tom de desabafo, vai-me contando tudo o que lhe aconteceu. Esta é a sensação que tive. De proximidade, de cumplicidade. Curiosamente nada sei sobre Haruki, mas isso não interessa para nada. Aquele estranho cativou-me.

Ás vezes conversamos com estranhos sem perceber. Sem hora marcada, sem motivo aparente e sem qualquer intenção planeada eles entram-nos pela vida a dentro. É como uma avaria no metro em que temos de sair de repente numa estação que não conhecemos, subimos as escadas intuitivamente ainda sem saber ao certo para que lado caminhamos nem como vamos chegar ao nosso destino. Assim é conversar com um estranho, uma incógnita, uma aventura, mas sempre a sensação de algo novo.

Aprendi no meu curso, no meio de 50 estranhos, que cada pessoa ocupa o seu espaço de forma diferente. Há pessoas que ocupam uma sala inteira e outras que quase não se vêem. Assim é a realidade aos nossos olhos, ao que vemos e sentimos. As pessoas são para nós a importância que lhes damos, a beleza que insistimos ver, o deslumbre que um dia decidimos encontrar.

Haruki foi um estranho que conheci e que estou certa que vou reencontrar. No monólogo surdo que travou comigo, disse-lhe em vão para arriscar, ultrapassar aquele estadio macambuzio de resignação. Não basta sangrar de amor, em auto-mutilação, há em  qualquer estado de desejo e paixão um dever de arrebatar. É certo que é um tiro no escuro, há um risco inevitável da bala fazer ricochete, e acabar por nos matar...mas e então? É inútil ficar deitado na linha do comboio à espera do comboio passar...

 

 

publicado às 20:41

Porque se gosta?

por Closet, em 17.11.09

Passei um fim de semana fantástico, perdida do mundo, numa cabana.., (prometo colocar fotos e breve do local!). Confesso que estava a precisar de descanso junto da mãe natureza, com o meu companheiro de viagem, com os meus phones e o meu livro. Foram apenas dois dias, mas refrescaram-me a alma...

Voltei. Não tive outra hipótese :)

Mas voltei também a ouvir "momy momy" e as habituais correrias, estudei língua portuguesa e fiz revisão de estudo do meio, comi castanhas assadas à lareira com uma amiga do coração... ainda bem que voltei!

 

Tenho um trabalho em mãos para apresentar 5ª feira no meu curso, é apenas uma página, o que é isso?? mas na verdade é uma página sobre o "porquê", e não sobre "o quê" ou "o como"... Acho que sempre tive mais dificuldade nesta parte... justificar nunca foi o meu forte quando se trata de sentimentos ou emoções.

Gostei do livro gostei. Muito. Demais. Porquê? Tenho de explicar... mas as palavras não saem...

Ando com o livro atrás, já o li e reli, folheio da frente para trás, de trás para a frente, escrevinho frases no meu caderninho... até já conversei sobre ele com uma pessoa que nem conheço... e, na verdade, eu própria sinto-me um satélite em órbita sobre a essência do livro, um tema que me assusta e impressiona, a solidão.

Bem sei que não me posso cingir a gostar do tema, que na verdade nunca pensei nele a sério, o autor vale muito mais do que isso. Ele tem o dom de personificar emoções, retrata-las em situações quotidianas.

"Sem que nos dessemos conta, o meu espírito e o dela tinham-se aproximado desmesuradamente. Como qualquer jovem casal de amantes que se despe em conjunto" ou "uma concha vazia. Foi essa a primeira impressão que a sua imagem causou no meu espírito. Miu lembrou-me um quarto que fica vazio depois de toda a gente se ter ído embora".

Ainda não sei o que vou escrever, nem como... sempre me limitei a dizer abertamente que gosto das coisas, apaixono-me e pronto... procurar os porquês assusta, ás vezes temos surpresas, descobrimos o que não queremos, enfrentamos aquilo de que fugimos...

Se sou complicada? Talvez. Admito. Nem sempre o que escrevo é compreensível à maioria dos mortais... às vezes nem eu mesma o compreendo numa segunda leitura... porque escrever é, para mim, uma forma de pensar... e neste terreno de areias movediças a lógica nem sempre assume o papel principal.

Mas acredito que existam seres humildes e sensíveis que orbitam como eu à volta da terra . Que também se questionam e que também não saibam responder a todos os porquês que diariamente os assolam. Nao obstante, sabem, sem pestanejar, que um dia, por qualquer crepusculo lunar, se apaixonaram por algo ou por alguém desmesuradamente. E, como não têm de escrever um texto de 1800 caracteres a justificar, isso basta-lhes!

publicado às 00:19

Fábrica de Histórias

por Closet, em 15.11.09

 

 

A lenda dos Cogumelos Envenenados

 

Conta-se que há muito, muito tempo atrás, num país distante, havia um pequeno bosque repleto de inebriantes tons de verdes e castanhos. Conta-se que este bosque era habitado por duendes que cuidavam dele como se fosse um jardim, e por isso crescia uma vegetação abundante e no solo os mais belos  e saborosos cogumelos jamais vistos. Todos os anos, pela Primavera, vinham habitantes de outras terras em romaria só para ver e comprar tão exuberantes cogumelos.

Talvez por ser um lugar mágico, os jovens habitantes daquela aldeia escolhiam os troncos das suas árvores para fazerem juras de amor. Muitos eram os casais de namorados que se encontravam à noite às escondidas, por entre as folhagens dos arbustos e as grossas raízes que rompiam a superfície, e trocavam carícias e beijos proíbidos.

Conta-se que uma noite uma jovem apaixonada seguiu o seu amado pela escuridão, calcorreando caminhos de pedras e terra batida apenas acompanhada por uma lua tímida. Perdida, e sem encontar o seu amado, a jovem sentou-se à beira de um pinheiro alto para descansar. Foi nesse momento que ouviu, não muito longe, risos e susurros. Levantou-se devagar, escondendo-se por detrás das ramagens de uma giesta, e viu destroçada o seu amado segurando com os braços outra rapariga da aldeia. A jovem ficou a vê-los enlaçados sobre uma cama de folhas amarrotadas e, quando abandonaram o local abraçados, o seu amado arrancou um cogumelo vermelho do chão e colou-o no decote do peito da amada.

Diz-se que a jovem chorou a noite inteira e as suas lágrimas invadiram o solo verdejante onde brotavam os cogumelos coloridos. A tristeza da jovem sensibilizou a natureza e nesse dia o sol não raiou. Uma penumbra apoderou-se do céu e todos cogumelos perderam a cor.

Conta-se que depois daquele estranho dia em que o sol não nasceu e os cogumelos mudaram de cor, as pessoas que comeram aqueles cogumelos morreram envenenadas.

 

 Texto escrito para a Fábrica de Histórias

 

 

 

publicado às 22:38

Iluminada

por Closet, em 12.11.09

Iluminada.

Foi assim que me senti no primeiro dia do meu curso de escrita criativa.

Não porque tenha adquirido repentina sabedoria, na verdade, dos 23 livros referidos na bibliografia do curso... não conheço nem um...e vendo bem, com excepção de Almeida Garrett, também não conheço nenhum autor...adiante! Isso também não interessa para nada, como o coordenador do curso diz, se ainda não lemos a História da Literatura Portuguesa e as obras marcantes do romantismo em Portugal desde o século XIX, também não é agora que as vamos ler, sob pena de lermos o que é publicado agora, no século XXI quando formos bem velhinhos cheios de cataratas...

Mas voltando ao iluminado... é que tinha um focos de luz, daqueles fortes fluorescentes, mesmo por cima da minha cabeça... a dada altura comecei a sentir um calor mesmo cá em cima e pensei seriamente que o meu cabelo fosse pegar fogo a qualquer momento... bem, vendo o lado positivo, aposto que ninguém se ía mais esquecer de mim...adiante.

A turma são cerca de 40 pessoas, sendo que uma senhora, com um grau de obesidade elevado, a mesma que quase me decapitou para se sentar na cadeira atrás, desistiu no intervalo ... muito provavelmente porque não conseguiu encontrar forma de se instalar nas apertadas cadeiras com tampo...

No grupo, na sua maioria engenheiros, existe também uma figura curiosa, um peruano que, do pouco que conseguiu dizer na sua apresentação eu apenas percebi "eu falo e percebo pouco de português"...sem dúvida para ele será um desafio interessante...

Metade do grupo fez a sua apresentação e foi com espanto que me deparei com a quantidade de engenheiros com interesse pela escrita, informáticos, civis, físicos, há de tudo... também há uma psicóloga, o que faz sempre falta...ou não! E, não sei se já a perspectivar um potencial cliente...o seu colega do lado premiou-nos com um efusivo e algo neurótico discurso sobre o seu livro de comunicação interna na empresa, já editado, mas pago por ele à cabeça ahhh... porque o editor disse "passa para cá o dinheiro primeiro", e os 1.000 exemplares esgotaram, e teve de fazer mais 1.000 e... acabou o tempo... O resto das apresentações, nas quais eu me incluo, ficaram para a próxima aula, thank God! 

Ficou por falar personagens interessantes como um rapaz dos seus 18 anos que parecia tratar todos os livros falados por Tu...e colegas da RTP que se avançaram impiedosamente na defesa do José Rodrigues dos Santos quando o nosso coordenador afirmou, ao seu belo estilo frontal e extravagante que os seus livros vendiam muito mas não prestavam para nada... e, como me podia esquecer, da giríssima apresentadora Vanessa Oliveira, e mais duas amigas com toiletes da moda e óculos gucci cor-de-rosa, um must!...vá, ainda vou aparecer na Caras!

Anyway, tenho o fim-de-semana para preparar o meu discurso, que muito provavelmente na hora vou embaralha-lo todo e dizer algo completamente diferente, sobre a razão porque estamos ali, e confesso, respostas a perguntas metafísicas não são o meu forte!

Para já tenho duas colegas que disseram ter blogs cujo endereço foi logo pedido pelo coordenador no final da aula... e por mais olhares e cotoveladas que a minha amiga me deu para eu dar o meu blog...no way, please amiga....se lhe dou este endereço acho que me barra a entrada no curso na próxima sessão!! É que no seu estilo humoristico algo excêntrico que, confesso, aprecio, era bem capaz de me dizer abertamente "Oh filha, vai mas é para casa fazer bolos porque o que escreves é uma treta" !!! ehehe...shiuuuu, Top secret!

 

Psssttt.... esqueci-me de dizer que...ADOREI! Tudo, Todos, a minha Alma gémea a meu lado...e a vontade que tenho de partilhar outra vez com ela o prazer de escrever :)

publicado às 22:51

Névoa

por Closet, em 09.11.09

Hoje acordei como se uma névoa enorme pairasse ao meu redor. Assim, sem razão aparente, uma imensa e confusa neblina me turvasse a vista, me arrastasse a mente para fora de mim. Diz a minha Best Friend, que almoçou comigo, que era como se eu estivesse a flutuar. Na verdade, teria sido melhor se estivesse, já que não me teria estatelado  no meio do chão à porta do meu trabalho... mas caí... definitivamente não estava em mim, havia uma erosão interna que me desgastava, uma qualquer ausência de mim.

Acho que há dias assim...

 

Estou a ler um livro que me atrai com a mesma intensidade que me incomoda, talvez porque contem na sua essência uma trovoada de sentimentos contraditórios, difusos... mas aos quais não sou alheia. Pelo contrário revejo-me em muitos deles, da mistura das personagens, dos diálogos e dúvidas que encerram.

 

Sempre fui uma pessoa de fácil trato, mas quando percorrem um pouco mais o caminho por onde vagueio, poucos são aqueles que verdadeiramente me compreendem, ou que sequer se dão a esse trabalho... é tão mais fácil ver do que sentir ou pensar...

 

Deixo aqui algumas das minhas passagens preferidas que vou absorvendo, devagar...

 

Pensar como os comuns mortais

"Tem sido sempre assim, desde miúda. Quando havia uma coisa que não percebia, agarrava, umas atrás das outras, nas palavras espalhadas a meus pés e alinhava-as por forma a com elas construir frases. Quando não conseguia, voltava a espalha-las, a arruma-las segundo outra ordem. À força de repetir esse gesto vezes sem conta, tornei-me capaz de pensar sobre as coisas como o comum dos mortais."

 

a colisão e os sonhos

"(...) as pessoas têm de engendrar mentalmente uma estratégia inteligente se quiserem que «aquilo que sabem» e «aquilo que não sabem» coexistam em paz. E essa estratégia (...) consiste em pensar. É preciso encontrar um ponto de apoio. De outra forma, e não tenham ilusões, entraremos em plena rota de colisão. (...)

A resposta está nos sonhos. Em sonhar e voltar a sonhar. Penetrar no mundo dos sonhos, para nunca mais de lá sair. Passar o resto da vida a sonhar. Nos sonhos não é preciso estabelecer grandes distinções entre as coisas. Nada disso. Não existem barreiras. É por isso que raramente existem colisões nos sonhos. E quando as há, não fazem mossa.  A realidade é diferente."

 

A paixão é simples e violenta como um tornado

"O gelo é frio e as rosas são vermelhas. Estou apaixonada e este amor vai decerto arrastar-me para longe. A corrente é demasiado forte, não tenho escolha possível. Pode muito bem levar-me a um sítio especial, a um mundo inteiramente desconhecido. A um lugar povoado de perigos, onde esteja escondida alguma coisa que acabará fatalmente por me ferir. Posso acabar por perder tudo. Mas já não posso voltar atrás. Só posso deixar-me ir com a maré. Mesmo que comece a arder, mesmo que desapareça para sempre."

 

in Sputnik meu Amor de Haraki Murakami

publicado às 23:06

Corrida... mas não tanto

por Closet, em 08.11.09

 

Hoje fui à Corrida Sempre Mulher.

Na verdade nunca tinha ído a semelhante inciativa e confesso, só horas mais tarde no telejornal é que percebi qual era o objectivo final de tal evento - angariação de fundos paraa construção da sede da Associação de Apoio à Mulher com o Cancro da Mama.

As minhas colegas convenceram-me a ir, a inscrição era oferecida pelo Grupo Desportivo lá da empresa e eu aceitei. Pareceu-me bem "passear" com elas numa manhã de Domingo junto ao rio, e se contribuirmos para uma boa causa, melhor. What else?

Para cada uma foi distribuído, na 6ª f, um saco com verdadeiras preciosidades para a "corrida"...desde revistas Maria e Ana (assim como assim, se quisessemos fazer uma pausa sempre podíamos relaxar num banquito a ler uma revistinha de extremo interesse para a nossa saúde...) Também fomos contempladas por cremes de higiene íntima femina... dois pudins de baunilha vegetal...what?? deve ser dietético... e mais a dita T-shirt azulão OK teleseguro... Nada de interessante para uma mulher moderna...Na verdade, se eu organizasse tal evento colocava amostras de máscaras para o cabelo, de perfumes, desodorizantes, desmaquilhantes, cremes de rosto (rosto, sim? qual higiene íntima feminina..pfff), e já agora, colocava uns vernizes último grito da moda pois claro! Aposto que faria um sucesso!

By the way, o dress code era obrigatório e...bem, nada atraente...mas pronto. Optei por calças de treino vermelho da Zara, sweat justa de manga comprida e a Toilette obrigatória  - a maravilhosa t-shirt azulona OK Teleseguro por cima... e nada de saltos, of course, ténis, foi ténis...os mesmos e únicos que tenho e que uso no ginásio e que já datam de muitos e muitos anos, who cares, lá estavam eles esbeltos nos meus pés!!

Chegadas ao Parque das Nações a confusão era mais que muita...demais... as aulas de aquecimento já tinham começado...what?? ehehe... , bem, estava lá o Tony Carreira a distribuir autografos...(sorry, não consegui nenhum para colocar aqui no blog... fica para a próxima!). Mas ainda me faz espécie qual foi a brilhante ideia de marketing ter um homem como embaixador da Luta contra o Cancro da Mama...mas pronto, adiante.

Arrancámos a custo, num passo em tudo semelhante aqueles que damos quando temos pela mão uma criança que está a dar os primeiros passos... não havia espaço para correr, mas na verdade nós pretendíamos era mesmo andar... só que já agora, em passos apressados para ver se pelo menos conseguíamos perder as calorias que ganhámos no jantar da passada 5ª feira... Já não era mau... Ao fim de 3 metros, perdi totalmente a esperança e limitei-me a conversar enquanto apreciava o rio ao meu lado... não era óptimo...é um facto, mas era daquelas situações em que o bom satisfazia-me sem problemas!

Lá fomos as quatro à conversa durante 4 km, que não pareceram mais que 100 metros, ora à chuva, ora ao sol, ... no meio de milhentas mulheres com o fabuloso dress code igual ao nosso... e não, não era atraente...so what?? Tirámos fotos e rimos.

E no fim distribuiram mais uns saquinhos, desta vez do...AKI...(oh God...corrida da mulher devia ser sacos Elle ou Vogue...get it??). Deram mais pudins estranhos, e mais amostras de cremes de higiene íntima (pfff...e os VERNIZES??), e vá lá, finalmente algo útil, uma garrafa de água e uma barra de cereais...

E assim acabou a minha "corrida" matinal, de solidariedade, de saúde e de bem estar...

Depois esperava-me mais uma tarde também saudável, de estudo sobre o aparelho urinário e...o reprodutor...oh God... e eu que já estava farta de cremes de higiene íntima ainda tive de falar deste tema lindo que se chama fecundação...não me façam perguntas como se desenrasquei, please...

 

publicado às 23:55

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