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Amor é...

por Closet, em 12.02.09

 

Mafalda passou-me um desafio, apropriado ao dia de S. Valentim, e que consiste em:

- escrever a definição de amor

- passar a 10 blogs

- comentar nos blogs a que passaram o desafio

- mencionar as regras

Confesso que este desafio é o mais difícil até hoje. Primeiro porque sou péssima em definições, eu sou mais o género "indefinida", sorry, e como sabem... 10 blogs... não sei se arranjo... mas salto esta regra e prontos, multem-me ,-)

Na verdade podia escrever para aqui uns disparates sobre o assunto, eles até jorram da minha cabecinha sem autorização...mas teria de estar efectivamente inspirada... e hoje o dia lindo de sol não foi capaz de superar uns problemazitos informáticos no trabalho e que me fizeram faltar à fisioterapia again... whatever...Mas não gosto de desiludir e aqui estou Eu.

Conseguia efectivamente escrever definições de "atracção", "paixão" ou "obsessão", mas sinceramente não sei definir "Amor". Refiro-me ao amor que une um casal. O amor de mãe-filho, ou de filha-pai, ou de irmã, ou de melhor amiga, não tenho dúvidas: é incondicional, supera qualquer dificuldade, e assenta na entrega total, na ajuda, no companheirismo e na compreensão. Já o amor que une um casal... sou uma nódoa, não faço um boi de ideia, e acho tão difícil de definir como acertar no euromilhões...Nunca fui dada a dramatismos, nem a declarações de "vou amar-te para sempre"... só a frase "para sempre" assusta nos dias que correm. Por isso eu preocupo-me mais com o Hoje, o Aqui e o Agora, e assim, sem grandes complicações, quero mesmo é sentir-me feliz.

Ontem recebi um e-mail com um texto de uma revista, a Cloudy reproduziu-o no Cenas de Gaija , sobre o título "As mulheres têm fios desligados", achei graça por conheço quem diga que nós temos botões no pescoço... mas parece que os fios ligam-se a botões...ahhh... Anyway, entrei na casa-de-banho do trabalho e a luz está a piscar, o meu portão eléctrico continua a teimar em abrir aos soluços, o candeeiro do meu quarto tem a lâmpada fundida....então realizei: é tudo uma questão de corrente eléctrica.

Mafalda, aqui vai a definição digna de qualquer aula de electrotecnia (note-se que foi a única disciplina em que eu nunca consegui ter positiva nem mesmo acender uma lâmpada num circuito eléctrico...deve querer dizer alguma coisa...who cares?).

O AMOR é... energia

Ele funciona numa relação onde existe um gerador (que são os sentimentos que alimentam a relação), uma carga (a lâmpada que guia o circuito) e um interruptor (o responsável por manter acesa a relação, que TEM de estar ligado). Num circuito os fios têm de estar correctamente ligados. Mas mesmo assim, por vezes há picos de tensãosobrecargas eléctricas e levamos choques. É preciso colocarmos fusíveis nos locais certos. Por segurança, o melhor é ter ligação à terra!

E será que existem circuitos eléctricos que funcionem eternamente, sem curto-cicuitos, lâmpadas intermitentes ou fundidas?? Isso já não sei, sorry - não sou engenheira ,-) 

Passo o desafio aos seguintes Blogs, se quiseram, claro!

'Na

miuda

MissM

Umdiadepoisdooutro

Cobradeira

Ki

 

publicado às 22:38

Fábrica de Histórias

por Closet, em 12.02.09

Sem pés nem cabeça 

Eles frequentavam um curso todas as terças e quintas, depois das 18 horas.
Ela inscreveu-se para não enfrentar em casa um casamento apagado, ele ía para evoluir numa carreira em que não estava interessado. Ambos estavam lá pelo motivo errado, por destino sentados lado a lado.
Uma conversa, uma piada, olhares e sorrisos e, de repente, sentiram-se atraídos.
Trocaram e-mails do trabalho. Trocaram dois beijos na despedida. Trocaram as mãos. Trocaram as voltas à vida.
Os e-mails começaram, primeiro um, depois dois, três, quatro por dia, num viciante jogo de ping-pong, quando um atacava, o outro defendia. Primeiro falavam do curso, depois de assuntos banais, depois desabafos, piadas, ironias, coisas inventadas, coisas reais.
Ele deu-lhe o seu telefone. Ela dizia que não o queria. Apagou-o tantas vezes, voltou a escrever. Até que percebeu que já não o conseguia esquecer.
Telefonou por tudo, telefonou por nada, zangou-se com ele. Pediu para não lhe telefonar, depois amuou por ele não lhe falar. Ele falou. Foi falando sempre. Ás vezes divertido, outras indiferente.
Encontraram-se na praia, beberam um copo num bar, estiveram sentados na areia, até a lua chegar.
Num encontro inesperado, ele não a conseguia encontrar, ela foi ao seu encontro, sem sequer imaginar. Uma cerveja gelada, uma conversa para distrair, ela levou-o a casa, ele convidou-a a subir.
Uma casa vazia, uma cama desfeita, um beijo esquivo na despedida, uma química perfeita.
Ela fugiu confusa, sem saber o que fazer, arriscava a sua vida segura, procurava casas para viver. Ele rodopiava em círculos sem saber o que sentia, queria estar com ela? Ou não queria? E enquanto esperava bebia.
Ela voltava para casa, com as lágrimas no olhar. Mas recebeu uma mensagem dele a convidá-la para dançar. Ela não queria ir, mas acabou por voltar.
Uma música de fundo, uma conversa melada, corpos entrelaçados, até de madrugada.
Ela deslizou dos seus braços como um pássaro ferido, nesse momento sabia que já o tinha perdido. Ele deixou-a partir, num adeus amargo e frio. Apenas ficou entre ambos um desconfortável vazio.
No dia seguinte não falaram. Nem no outro, nem depois. Como se tivesse sido um sonho, vivido estranhamente a dois.
Conversas surdas, diálogos mudos. Seguiram a sua estrada. Nenhum quis assumir que estavam numa encruzilhada.
E nunca mais se encontraram, ou falaram sobre o que cada um sentia. Mas continuaram sentados, lado a lado, como os estranhos do primeiro dia.

(Texto escrito para a Fábrica de Histórias)

 

 

publicado às 00:04


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