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Estrelas

por Closet, em 29.11.08

Ontem fui ver o Sorriso das Estrelas com a minha amiga Aeromoça. Foi tão bom estar com ela que não trocava a noite nem por um bilhete para Bora Bora! Que saudades das nossas noitadas com trabalhos e da nossa viagem de finalistas, das caipiroskas e da escorregadela na varanda, aquela que eu não me lembro bem, e da dança da boneca e do boneco na praia!!! Temos andado desencontradas, mas ela é uma estrelinha da minha galáxia e está sempre lá a brilhar, mesmo com os abanões, demasiado grandes, que a vida lhe tem dado, ela brilha muito.

Adorei amiga, o Richard Gere continua charmoso, é um facto, embora como sabes eu gosto deles um bocadinhoziiiinho de nada mais novos, aí menos 25 anos, pelo menos!!! O filme é um arrombo ao coração, triste, tristíssimo, e saímos de lá com a sensação de que fomos para o sítio errado... está combinado, vamos ver aquele da Meg Ryan, "Mulheres", ou by the way a Kate Hudson que também adoro e vai estrear com "A namorada do meu melhor amigo". Assim como assim adorei o filme dela "Como perder um homem em 10 dias", na prática acho que até tinha jeito para aquele papel, e ainda acrescentaria umas quantas coisas ao rol de barbaridades que ela lhe fez! Mas isto sou só eu que sou perita em torturas :P

E hoje vou dormir ao Palácio dos Anjos, o tal projecto Sonharte com pais e crianças, vou com o meu filhote e com mais 3 amigos dele e as respectivas mães. As crianças não sabem e vai ser Surpresa. Toda a gente diz que sou louca porque não vai ser uma noite propriamente pacífica... vou dormir a um palácio é certo, mas o dress code não é bem um vestido de gala, na verdade é mais um ... fato de treino, coisa gira que eu não tinha e fui comprar umas calças à Zara esta tarde. Andei a adiar durante a semana, é que não é propriamente a peça de roupa que compro por impulso e com total emoção...mas enfim, dress code é para respeitar, e lá vou eu com o último modelo da Zara em calças de fato de treino em veludo pretas,... levo uns ténis que tenho para ali cheios de bolor, um polar,.. e voilá, acho que vou capaz de assustar qualquer ser vivo sem miopia!!! Toda a gente diz que só eu para me meter nestas coisas, mas sou assim, gosto de experimentar de tudo, 'bora lá que vai ser giro, dormir com 30 estranhos num átrio de uma galeria, num saco de cama em cima de colchões de ginástica... quem é que resistia??? Mas pelos meus filhotes faço tudo, e sei que ele vai adorar!

Bom, e amanhã às 11h lá temos uma festa nos insufláveis da Serafina, seguido de festa em casa do aniversariante na bonita terra de Póvoa da Galega! Adoramos ir para lá, amigos vamos munidos de pijamas e é até estarmos de rastos, as usual!

É com isto tudo ainda nem consegui escrever sobre o facto de IR ASSISTIR AO CONCERTO DA TINA TURNER no dia que aterro em NY (assim como assim também tinha bilhetes para o dia anterior, mas isso é uma longa história, by the way não fui eu que me enganei no dia, graças a Deus!!). Mas vamos dia 4, éum presente magnífico, e é um sonho ir vê-la ao vivo, pela última vez. É que a senhora acabou de fazer 69 anos (quem não lhe deu os parabéns dia 26 sff telefone a desculpar-se), e apesar do número até ser engraçadote LOL (eu a pensar que isto eram iniciais de alguém, o que eu tenho aprendido na net!), a senhora já é um  verdadeiro dinausauro... já lhe pedi para cancelar os concertos que vai fazer dia 1 e 3 em NY para descansar, não vá dar-lhe uma travadinha e já não aparecer dia 4!

Bom, e se tiver um tempinho dia 1 ainda escrevo aqui qualquer coisa para a Fábrica de Histórias, antes de ir para o meu jantar de anos "Just Girls" com karaoke que vou fazer para me despedir dos 33 anos. Estou a pensar seriamente em cantar o Typical Male da Tina (só para não parecer... estranho) e talvez arrisque a Meravigliosa Creatura, isso sim uma estreia no karaoke, logo se vê, conforme os humores! Amigas, vão ensaiando as vossas músicas, eu sou exigente!

Depois vou dia 4 para NY e só regresso dia 10, por isso cibernautas que não me conhecem pessoalmente, não estou a contar morrer, apenas estarei ausente para... compras... e ver o Museu de Arte Moderna, claro que sim, sou loira mas já disse que não sou burra! Adoro Arte, eu própria sou uma bela obra de arte, daquelas do estilo... barroco... enfim, as parvoíces habituais, naaaada o meu género, who cares? Não é para qualquer um entender. E voilá, eu tenho sorte, acerto nas estrelas à primeira! Estou com uma fezada no jet leg, que faça milagres, lá pelo meio das estrelas, e que me deixe de sentir extraterrestre, vinda de Vénus, assim mais perto do sol, o planeta até é amarelo, e eu vim loira e de neurónios esturricados..!! Sou de lá de certeza.

Aqui vai a Kate Hudson dirigida a todos os homens convencidos deste planeta e de todos os outros (convençam-se que não vos serve de nada ser convencidos, rien).

 

publicado às 18:45

Matiné

por Closet, em 25.11.08

Hoje tive um ataque de nervos quando cheguei a casa e vi a nova decoração do meu aparador de entrada... sim, porque eu devo ser a única criatura que paga a uma empregada, que por acaso tem curso de manicure, para tratar da casa e dos filhos, e recebe de bandeja uma decoradora de interiores... sim, aquele trapito, que por acaso era de família e de linho envelhecido, que estava em cima do aparador, era muiiiiiito feio... e vai daí, embora lá comprar um paninho com bordados, rendinha, ou outra coisa qualquer horrível à volta, mais pequeno que o dito aparador e colocar lá em cima, e voilá “Surprise!”. Para sorte dela eu não cheguei primeiro e não tive oportunidade de espumar à sua frente... sim, até porque aquele último grito de moda de têxteis só tinha custado 2,90€, do meu dinheiro, claro...!

Mas já relaxei, retirei o dito pano bordado e, vendo bem, muitas coisas desta casa não foram escolhidas por mim, nem as tintas das paredes, até coisas que comprei parece que não ficavam lá muito bem e... foram trocadas,...a bem dizer, a culpa é toda minha porque sempre disse Ok a tudo, mas afinal são só móveis e cortinados, who cares? quem vive aqui é que me importa...

Definitivamente escrever é uma terapia e enquanto vinha no comboio fui escrevinhando umas coisitas que me foram divertindo para quebrar o dia frio de Inverno.
Aqui vai uma conversa entre duas teenagers.
- Achas que ele me viu?
- Não sei, passaste assim a correr sem olhar
- Era para não olhar para ele.
- Então como é que queres saber se ele te viu?
- Não sei, podias ter reparado.
- Não me avisaste
- Era para não dar nas vistas.
- Mas não querias que ele te visse?
- Queria que visse que eu não o tinha visto.
- Para quê?
- Para lhe mostrar que nem reparo nele.
- Mas reparas e queres que ele repare em ti, certo?
- Sim, mas faz de conta que não. Também está sempre com a outra.
- Qual outra?
- A pseudo-namorada que não o larga.
- Mas tem namorada?
- Não sei, mas parece.
- E daí, tu também tens.
- Eu sei, mas não me interessa.
- Ele?
- Não, o meu namorado.
- E ele?
- Não sei, irrita-me.
- Se te irrita então não lhe ligues mais, é um convencido.
- Eu sei, e isso também me irrita.
- Então embora lá.
- Espera... que ainda não estou preparada
- Preparada para quê?
- Para o enfrentar.
- Enfrentar como?
- Com uns olhos de indiferença
- Qual indiferença? Não páras de falar nele?
- Eu sei, mas ele não sabe.
- Não percas mais tempo, é um miúdo, só tem 12 anos
- Eu sei, e eu tenho 14, mas acho-lhe graça
- Graça como?
- Sei lá, faz-me rir.
- E estás neste desatino porque te faz rir?
- Gostei de falar com ele no outro dia.
- O que é que ele te disse?
- Quase nada.
- Então do que é que gostaste?
- Não sei. Acho que passei o tempo todo eu a falar.
- E ele?
- A ouvir-me.
- E qual era a graça?
- Sei lá? Gostei de estar com ele.
- Então convida-o para sair contigo outra vez.
- Não posso.
- Porquê?
- Tenho namorado.
- Inventa qualquer coisa.
- Já inventei da outra vez.
- E não valeu a pena?
- Não sei...fiquei a gostar ainda mais dele.
- E ele, achas que gosta de ti?
- Acho que não, se não já me tinha dito.
- Mas onde é que foram?
- A uma matiné, claro, ainda não pode entrar em discotecas.
- E tu não te importaste?
- Não, até gostei daquilo, ouvi Brian Adams.
- Que seca... e ele dança?
- É um óptimo dançarino, mucho caliente, fartei-me de rir com ele.
- Então vai a outra matiné, lá o teu namorado não vai de certeza.
- Achas?
- Tenho a certeza.
- Não... achas que vá lá outra vez?
- Se te apetece... Qual é o risco?
- É perigoso.
 - Achas que te vai agarrar?
- Nãooo... já te disse que não gosta de mim. Eu é que o agarro a ele.
 - Entãooo?
- Irrita-me porque em vez de me fartar, ainda fico a gostar mais dele.
- E então?
- Então... isso é que eu tenho a certeza que NÃO quero.
- Pfff... embora lá sair da casa de banho que já deu o 2º toque e ainda apanhamos falta!

 

 

publicado às 22:32

Fábrica de Histórias

por Closet, em 24.11.08

 

Naquela Tarde

Naquela tarde segui em frente e não olhei para trás.

Ainda hoje me pergunto porquê. Podia ter ficado.
Debaixo daquela árvore escrevemos os nossos nomes, fizemos promessas que sabíamos não conseguir cumprir, desbravámos os nossos corpos loucos de paixão. Foi lá que me perdi no teu olhar imenso, enrolada no aconchego dos teus braços, saboreando os teus lábios. Naquele tapete de relva ficávamos horas abraçados a conversar enquanto afagavas o meu cabelo, até as estrelas romperem o céu por entre as árvores, até o sol nascer outra vez. Eras o meu geodo, uma pedra de uma beleza única e invulgar, incrustada de cristais preciosos. Sabias que isso vale mais do qualquer diploma de universidade?
Costumavas dizer-me para te amar a dobrar, uma vez pelo dia de hoje e outra pelo o dia de amanhã. Nunca percebi realmente o que isso queria dizer, nunca me questionei, mas amei-te sempre o máximo que consegui, com todos os meus sentidos, com o coração no lugar da razão, intensamente.
Todos os dias corria por aquela estrada para te encontrar. Todos os dias estavas lá à minha espera, com um sorriso nos olhos, e uns braços que me pegavam ao colo e me lembravam que cada segundo da minha caminhada fazia sentido. Eu nunca me cansei de viajar.
Mas naquela tarde já não tinhas o sol no teu olhar. Os teus braços não me levantaram, os teus lábios estavam rígidos. Tinha chegado o momento. Aquele que estávamos a adiar. Nunca foste pessoa de fazer planos, eras como um folha caída que esvoaçava sem rumo ao sabor do vento. Se eu ficasse terias de mudar. Eu nunca fui capaz de tomar decisões, deixei-te decidir por mim. Tu abriste os braços e pediste-me para partir e não voltar.
Lutando com os meus olhos quis despedir-me dos teus, das tuas mãos que se entrelaçavam como um íman nas minhas. Pela última vez percorreste o meu pescoço com os teus lábios e incendiaste o meu corpo. Pela última vez não resisti. Que seria da paixão sem química?  
Podia ter ficado mais um pouco. Até estar preparada. Mas sei que nunca estaria. A decisão foi tua. E eu segui em frente, sem olhar para trás. Não sei se derramaste uma lágrima, se deste um passo para me tentar segurar. Só sei que não te voltei a ver.

Passou tanto tempo... E mesmo que hoje me corte a alma lembrar-te, não consigo arrepender-me de cada momento nosso. Aquele regresso, com lágrimas a escorrerem dos olhos e o coração amordaçado, foi o caminho mais longo que alguma vez já percorri. Mas se me perguntasses se queria voltar, muito provavelmente diria “só mais uma vez”.

 

Texto de ficcção escrito para a Fábrica de Histórias

http://fabricadehistorias.blogs.sapo.pt/2008/11/24/

 

 

publicado às 21:12

Paixão felina

por Closet, em 23.11.08

Olhei e foi como uma flecha que me atingiu. É certo que nem todas as paixões acontecem à 1ª vista, algumas só mesmo à 53ª e só depois de ultrapassar ideias pré-concebidas é que se consegue ver o que nem se imaginava... Mas esta aconteceu à 1ª e sem qualquer dúvida.

Era a madrugada de Sábado, lá pelas 4h da manhã quando estava a chegar a casa e, mesmo junto ao portão de minha casa, estava como que à minha espera, encolhido a tremer, a olhar para mim. Uns olhos azuis enormes, meigos e carentes, suplicaram um colo, um “leva-me contigo”. O meu coração partiu-se em pedacinhos e agarrei naquelas 550gr de ser vivo sem abrigo. Levei-o para casa.
Afinal é uma Ela, tem pouco mais de um mês e cabe no meu chinelo da Hello Kity!
E lá passámos a manhã de Sábado no Veterinário, deixámos lá quase 70€ e ainda não fez as vacinas, está constipada, está a tomar antibiótico, clorocil para os olhos e mais uns quantos medicamentos porque foi abandonada na rua, está magra e frágil e...terá de lá voltar para a semana... mas qualquer coisa que se faça por uma paixão destas nunca é demais.
Sempre adorei felinos, infelizmente dessa raça acho que só dá para ter gatos... Já tenho uma gata, a Kikas, com 10 anos e que, apesar de ser oito vezes maior, anda assustada com a invasão do território! Mas esta é “a” gata com que sempre sonhei, amarela e melosa. Adora festas e colo, tem um pêlo comprido e umas orelhas enormes. E apareceu-me assim como de presente de anos antecipado. Nem me apetece sair de casa. Ela segue-me para todo o lado, mia atrás de mim e gosta de se empoleirar no meu pescoço a brincar com o meu cabelo. É só um pescoço, eu sei, mas parece que ela adora-o (deve ter sido papagaio numa outra encarnação). Estou a apaixonada! E sim, como dizem as definições de tal sentimento, é viciante, sedante, apetece estar sempre com ela, agarra-la e cobri-la de mimos!! E os miúdos também andam eufóricos com a princezinha, têm é um bocadinhozinho de dificuldade em pronunciar o seu nome, mas habituam-se!
Duas amigas minhas ontem, num “magusto-ajantarado” que fizemos, ainda me perguntaram se a queria dar... mas nãoooo... sorry amigas mas, como vos disse, se aparecerem os irmãos ficam para vocês, agora a Avril já não a largo e farei tudo para não a deixar fugir (isto com vivenda é um bocado mais complicado, mas vou estar atenta!).

E amanhã lá terei de me separar dela... e só voltar a vê-la.... à noite...bom, acho que aguento! Isto, claro, se conseguir sair da garagem com a big carrinha do meu marido, daqui a pouco vou ensaiar pela 2ª vez, a 1ª não correu muito bem, acho que estive a uns milímetros de bater e não percebi muito bem o que teria evitado, whatever, vou conseguir, nem que seja para provar ao meu filho que consigo (o que na verdade ele duvida, isto é , sem arrancar uma porta ou o tejadinho do carro, claro!). Wish me luck!

Aqui fica a minha Avril em carne, osso e pêlo, LINDA de cortar a respiração! e a sua homónima a cantar!

 

 

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publicado às 22:17

My song

por Closet, em 19.11.08

Ontem fui ver a Brandi Carlile ao vivo. Até celebrei o dia presenteando-me com uma boina roxa, só assim para não decepcionar a Brandi (vou tentar deixar algumas cores para comprar em NY :P).

Como esperava, do que tenho visto no You Tube, ela e a sua banda têm aquele ar típico proveniente do Texas (mesmo sendo de Seatle), e presentearam-nos com bastantes músicas de estilo folk-country bem animadas. Fiquei triste por não ter cantado uma música que gosto, Wasted, mas arrancou o concerto com a minha favorita que é a My song (talvez porque diz "Here I am, I'm so young", gosto desta parte!), por isso não me queixo. Adorei a Turpentine (não, não é trompete como eu pensava, é mesmo aguarrás,... vão ao google!) e é sempre bom ouvir aquela voz rouca a cantar The Story, mesmo com o romantismo da nossa actual sociedade que substituiu os isqueiros por telemóveis... acho que nem gozam o concerto com a preocupação de o filmar... enfim, cada louco com a sua mania!

Mas talvez porque nos próximos tempos não tenho nenhum concerto em vista, ou porque ainda falta um pouco até ir para NY, ou porque estou um bocadinhozinho farta do meu trabalho, ou porque estou quase a fazer anos,... ou... por nenhum destes motivos ou por outros que não interessam para nada, estou um bocadinhozinho muito grande triste, em baixo, menos bem, sei lá!! Sou de humores, um dia estou bem, no outro estou péssima, ces't la vie! Deve ser do tempo, apetece-me ir para uma esplanada na praia apanhar sol e beber uma cerveja, e quando saio já é de noite, e não está sol mas está frio,  e não ando com cobertores atrás, e a esplanada já fechou, e... quero emigrar para a Jamaica!!! Dispenso as rastas e as roupas largas, mas gosto da paisagem e do clima. Dava-me bem por lá de certeza!

E assim como assim, já que hoje o dia não me está a correr bem, estou meio despistada, saí na estação errada do metro, andei 10 minutos à procura do meu carro no local errado, já empurrei o meu portão para exercitar os braços, e já alimentei as minhas tartarugas,...é melhor ir dormir que é uma coisa que faço bem e com agrado!

Como já desisti de aprender a colocar aqui aquele rectângulo maravilha do Imeem que toda a gente consegue menos Eu (e sim, já me registei, já tenho as passwords e as playlists e não, não li o imenso texto ao qual disse "I agree" de cruz, não tenho paciência...mas não consigo e pronto! Não gosto de informática nem dos seus discípulos). Fica aqui do You Tube uma música da Avril que gostaria de ter no meu MP4, já comprei no I-tunes mas não consigo colocar no dito aparelho que transporto com phones, quero lá saber, oiço no PC. Sou básica, e pretendo continuar assim. Don't bother! E Sim, sou fiel, às loiras!!

 

publicado às 22:17

Fábrica de Histórias

por Closet, em 17.11.08

O tema desta semana não me seduziu tanto: Traição, de qualquer tipo, sem cair na banal infidelidade, contada na 1ª pessoa, na versão do vilão.

A palavra não me agrada, principalmente porque sinto logo, em 1ª instância, as traições constantes que travo comigo mesma, ao fazer coisas que não me apetece, sentir o que não posso divulgar, oprimir o que me apetece fazer, enterrar sonhos que não são viáveis, whatever... é uma traição diária comigo mesma, muito mais dolorosa que qualquer traição que uma outra pessoa me possa causar.

Mas definitivamente não é sobre mim que quero falar. O desafio é inventar histórias, e imaginação fértil é ,sem dúvida, uma doença que sofro desde que nasci. Cá vai uma história sobre traição em 500 palavras!

 

Amarga Traição

Hoje tenho 42 anos, sou CEO de um importante multinacional e vivo num 12º andar de um bairro de luxo, sozinha. Tudo o que consegui hoje deve-se a alguém que traí, com a crueldade e frieza que só a cegueira da ambição pode alcançar. Vou contar-vos a minha história.
Tinha 28 anos e consegui entrar para uma prestigiada consultora multinacional. Era jovem e sentia que o lugar de Chefe de Projecto era pouco para mim, trabalhava 10 horas por dia, e queria chegar mais longe. Mas naquela empresa todos eram viciados no trabalho como eu e depressa reparei que havia uma pessoa influente que me podia dar um empurrão. Ele tinha mais 8 anos, moreno de estatura média, cabelo desalinhado, óculos enterrados na cara e sem estilo marcado na forma de vestir. Diziam que se tinha divorciado antes mesmo de se ter casado, tal era a sua dedicação ao trabalho. Mas era Executive Director, chefiava um departamento com mais de 50 pessoas e era das pessoas com maior poder de decisão na empresa.
Aos poucos fui-me aproximando dele, fui fazendo conversa no café a meio da manhã, sentei-me um dia ao seu lado no restaurante onde costumava almoçar sozinho, aos poucos comecei a enviar-lhe e-mails de brincadeira, sms, e começámos a combinar saídas à noite juntos. Não dei conta e já estava a aceitar um café em casa dele, conversámos sobre todas as viagens que fez, bebemos um martíni recostados no sofá enquanto ouvíamos música. De repente aquele homem pareceu-me extremamente atraente e meigo. O toque das suas mãos, os seus lábios, os seus braços à minha volta,... a estranha sensação de não o estranhar apoderou-se de mim, e sem pensar, acabei a noite nos lençóis da sua cama mal amanhada e por fazer. Passámos 3 meses sem nos largarmos, fins-de-semana de sonho em pequenos paraísos perdidos, apaixonados.
Depressa fiquei a par de todas decisões estratégicas da empresa, sobre os planos e contratos por fechar. Ele confiava em mim como um cego e eu era uma boa ouvinte.
Até que recebi uma proposta de trabalho de uma empresa concorrente, para o ambicionado cargo de Executive Director, e fui confrontada com a possibilidade de ganhar o lugar se divulgasse tudo o que sabia sobre a empresa onde estava. Tinha 28 anos,  pensava que podia tudo. Aceitei.
Mudei de telefone, mudei de casa e fugi dele ainda apaixonada, a pensar que viria atrás de mim. Enganei-me. Soube depois, por uma colega, que ele tinha apresentado demissão. Mudou de casa. Mudou de telefone. Perdi-lhe o rasto.

Três anos mais tarde encontrei-o numa praia. Tinha um bébé ao colo e brincava com ele sentado numa poça de água. Disse-me que trabalhava numa seguradora, que tinha casado e era feliz. O seu olhar não tinha rancor, mas pena. Senti-me minúscula. Percebi que a indiferença é o sentimento mais doloroso. Traí a pessoa que provavelmente mais me amou. Porquê? Porque a ambição cega o juízo. Como? Com a arma mais poderosa: a paixão.

 

Texto de ficção escrito por mim para a Fábrica das Histórias.

http://fabricadehistorias.blogs.sapo.pt/2008/11/17/

 

 

publicado às 23:21

Domingo, 11 da noite

por Closet, em 16.11.08

Texto inventado para a Fábrica de Histórias, ttp://fabricadehistorias.blogs.sapo.pt/2008/11/10/

Dão um tema e, voilá, cada um inventa o que quer... vi e pareceu-me irresistível.

 

Domingo, 11 da noite

Depois de um dia calmo, uma tarde bem passada numa esplanada com amigos, o habitual jantar de Domingo em casa dos meus pais, pois há que os por a par de todos os projectos que Eles fazem para a minha vida...voltei para casa já eram 11 da noite com aquela sensação de quem vai entrar num túnel sem luzes: mais uma semana chata de trabalho pela frente... Enquanto conduzia e ouvia as músicas da Avril com o volume de tal forma alto que impossibilitasse os meus neurónios de pensar, lá ía cantarolando e suspirando sozinha.

Cheguei e, para variar, não havia lugar para estacionar... Porque é que eu fui morar para a Alfama??? Ainda pensei em deixar o carro a tapar outro com um bilhete, afinal estava mesmo em frente à minha janela. Mas depois do meu último episódio, em que tive de sair de casa às 6h da manhã, em pijama e chinelos, a implorar à polícia para não me levar o carro já empoleirado num reboque, com a brigada da 3ª idade, que são os meus vizinhos, a assistir com aquela cara de quem pensa “esta juventude está perdida”, e ainda tive de pagar uma multa valente! Não, era melhor não arriscar. Fiquei um pouco mais à espera que alguma criatura saísse de casa aquela hora, para comprar tabaco, beber uma ginjinha, o que quisesse, mas que vagasse um lugar. Já me estava a recostar quando ouvi um grito, agudo, assustador. Vinha do meu prédio, provavelmente do andar que tinha sido alugado recentemente a um casal com cerca de 40 anos. As luzes estavam acesas e via-se um vulto na janela a esbracejar. Fiquei a olhar aterrada, afinal eles nunca davam os bons dias a ninguém, e na verdade tinham aspecto de pertencer a algum organismo tipo CIA. Eram altos, musculados, de cara fria e sisuda. Outro grito, desta vez algo bateu na janela, vinha definitivamente da lá. Fiquei pregada ao banco do carro sem saber o que fazer. Tocar à campainha estava fora de questão, ainda me sequestravam e serviria de arroz de cabidela no Japão. Pensei em tocar à campainha dos outros vizinhos, mas eram todos velhos, já deviam estar a dormir. E à polícia, o que poderia dizer? Que tinha ouvido dois gritos de um apartamento do meu prédio onde vivia um casal estranho? Provavelmente diriam para não me meter na vida das outras pessoas e, com a minha sorte, ainda me passavam uma multa por ser inconveniente. Bom, entrar no meu prédio estava fora de questão, Bond Girl nunca foi o meu estilo (apesar de fisicamente admirar todas), e por mais episódios que tivesse visto da Missão Impossível estava demasiado assustada para agir. Já imaginava agentes secretos ao soco naquele apartamento, corpos embalados em sacos de plástico preto para lançar ao rio,... 

Liguei o carro e voltei para casa dos meus pais com uma desculpa esfarrapada para dormir lá esta noite. De tão felizes que ficaram, nem me questionaram. Incrivelmente, hoje o meu quarto de infância pareceu-me um verdadeiro paraíso.
 

 

 

 

(Texto inventado por Closet para a Fábrica das Histórias)

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publicado às 14:08

Rosebud

por Closet, em 15.11.08

 Rosebud 1974, Paula Rego

 

 

Bom... já estou aqui há... 2 horas a tentar colocar uma foto, já criei uma pasta qualquer num sítio qualquer do Sapo, e mesmo assim não consigo colocar a foto ao alto... já li todas as instruções do Sapo, na diagonal é certo (é muito texto, não tenho paciência e eu não sou informática, nem pretendo, são demasiado enfadonhos...).

Portanto rodem a cabeça 90º, como nos bonequinhos dos SMS que todos gostam, e voilá, Rosebud, acrílico de 1974, ano em que nasci, da Paula Rego! Esta é a minha inspiração de hoje! Não conhecia e ADOREI!

Uma amiga desafiou-me para ir dormir ao Palácio Anjos com o meu filho mais velho. Irrecusável, não? Chama-se SonhArte e é um projecto espectacular para adultos e crianças que vai acontecer a 29 de Novembro no Centro de Arte Manuel de Brito em Algés. Tenho a sorte de se lembrarem sempre de mim! São as minhas companheiras, mães dos melhores amigos do meu filho lá da escola, e vamos as 4 lá dormir com a criançada para que sintam um cheirinho de arte contemporânea. O encontro será às 22h, terá uma visita guiada pelas exposições de Paula Rego e de Arte dos nos 80 (está lá obras de Júlio Pomar, José Guimarães, entre outros), depois acho que haverá pinturas com as crianças, surpresas, um bolo e óó num saco cama em cima de colchões de ginásio na sala, imaginem, onde está este quadro maravilhoso! Confesso que estou ansiosa, aposto que vai ser uma noite de sonho, já pedi para ficar mesmo por debaixo dele!!

Só uma destas amigas conhece este Blog, "Oí amiga! Vamos dormir juntas no meio daqueles quadros fantásticos!" Talvez por ser a mais diferente de mim é com quem eu criei maiores laços e de certa forma com quem eu mais gosto de estar e conversar. Hoje fomos lá inscrever-nos e foi difícil arrancarem-me de lá, com ou sem visita guiada eu já estava a perder-me entre algumas telas que adorei... um dia hei-de aprender a pintar, assim quando tiver um bocadinho mais de tempo para mim, é um sonho que tenho e que sei que vou realizar!

É muito bom estar com pessoas que gostam de estar connosco, que merecem tudo o que sentimos por elas, que apesar de serem "apenas" as mães dos amigos do meu filho, se tornaram minhas Amigas, lembram-se de mim, preocupam-se comigo, estão sempre presentes. Nunca tinha pensado muito nisso até me chamarem à atenção para este facto, mas estas pessoas merecem mesmo todo o tempo que eu ganho (e não gasto) com elas! E ás vezes gastamos tempo com coisas e pessoas que não interessam, e nem reparamos. O melhor da vida são as pessoas. E a estas eu nunca digo que não! E lá hei-de ir eu para a Decathlon comprar sacos-cama e lanternas!!! Vai ser giro!

Bom, e tenho de me ir arranjar porque hoje não tenho uma, mas duas festas!! Sou assim, a Sempre em Festa!! Um jantar de família importante seguido de uma festa de anos algures para os lados de Mafra. Como tenho um dress code a cumprir, lá terei de ir de mala para trocar de roupa pelo caminho! Maluqueiras da crise da meia idade!! Mas como o meu amigo Fana diz, vá lá, no meio de 300 disparates diz qualquer coisa acertada, "the life is not measured by how many times you breathe, but what takes your breath away". Nem mais amigo, há que aproveitar ao máximo!

 

E adorei esta música no concerto, ele tocou junto ao púbico com toda a gente a cantar... ainda estou com a garganta a doer!! Era Esta amigos, eu disse que a ía encontrar!

 

publicado às 17:46

Spillaring

por Closet, em 13.11.08

Depois de um dia desvastante a vários níveis, e ainda que tenha tido a minha dose qb de inglês num interessante exame que fiz, o concerto dos very british Keane salvaram o meu dia.

Foi um concerto fantástico, confesso que fiquei mesmo fã, e não foi pelo bom aspecto do vocalista com aquela camisa azul escura justa e aberta no pescoço (admito que não gostei deste look, não estava à espera, e logo eu que até sou distraída nestas coisas, mas isso não me iria definitivamente estragar a noite).

Os concertos de alguma forma servem-me como uma terapia, não sei se pelo barulho das luzes, pelo que vou pensando enquanto canto e danço (e aqui amigos, como vêem eu estava com as músicas na ponta da língua, andei aplicada, se as perguntas do exame fossem sobre isso teria sem dúvida corrido melhor...who cares?). E apercebi-me que estou numa viragem, estou a ficar farta do estilo latino, assim como assim, gostei destes britânicos, pontuais, de cara lavada e transparente, sorridentes e charmosos... gosto deles! E o meu relógio caiu e partiu-se um elo durante o concerto, como que um presságio, já é o 4º relógio que tenho para arranjar ou comprar pilhas, eu e os relógios não nos andamos a entender, acho que vou prescindir deles nos próximos tempos. Pode ser que o tempo sorria para mim!

E by the way, cheguei à conclusão que é altura de dar um passo em frente sem dar dois para trás, e parar de rodopiar...Eu estou aqui. Não vou a lado nenhum. Nem tu. Nem quero que mudes 180º, nem por mim. Apenas quero que sejas tu, a pessoa que eu conheço desde os 9 anos e que merece sem qualquer dúvida uma nova oportunidade. Quem sou eu para te criticar? Embora lá envelhecermos juntos, sem medos, assim como assim já estás habituado ao meu mau humor matinal! Os concertos fazem-me bem, é como um refresh à alma, como alguém diz, a vida às vezes tem destas coisas, e de facto há coisas pelo que vale a pena lutar. Outras nem por isso. E como o nosso amigo Fanan diz, em boa verdade sobre a sua teoria da Bela Adormecida, pois que em todas as histórias da Disney elas apaixonam-se por príncipes e casam-se com eles, mas depois a história acaba... ou seja, os príncipes não existem, não adianta procurar um!

 

E deixo a letra da primeira música que ouvi dos Keane, que também é das preferidas dos meus amigos que foram comigo, OBRIGADA amigos, adorei mais uma vez, é fantástico estar com vocês, contem sempre comigo, eu decoro as letras!!

Somewhere only we know

I walked across an empty land
I knew the pathway like the back of my hand
I felt the earth beneath my feet
Sat by the river and it made me complete
Oh! Simple thing where have you gone
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin
I came across a fallen tree
I felt the branches of it looking at me
Is this the place, we used to love
Is this the place that I've been dreaming of
Oh! Simple thing where have you gone
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin
So If you have a minute why don't we go
Talking about that somewhere only we know?
This could be the end of everything
So why don't we go
Somewhere only we know?
 

E fica a música da Rita Redshoes (sim, eu não conhecia e disse Peter Redshoes... just me!) que abriu lindamente o concerto. Confesso que nunca tinha ouvido falar dela mas tive a bela surpresa de descobrir que cantava uma música que gosto bastante e tenho no meu mp4, afinal mesmo não a conhecendo já gostava dela (e o facto de usar uns sapatos vermelhos também ajudou!), mas isso é só a minha mania de gostar de completos desconhecidos!! Wonder why??
 

 

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publicado às 00:59

Jorge Palma

por Closet, em 10.11.08

Não sou fã de todas as músicas mas confesso que adoro a maioria dos textos. É uma pessoa que admiro e gosto bastante do seu estilo muito próprio e invulgar. A pedido de alguns, fica aqui uma declaração a Jorge Palma! Bom concerto!

A verde itálico estão um mix baralhado de frases das suas músicas.

 

Jorge Palma

 
Porque a nossa história começa na total escuridão, eu não te conheço, tu não me conheces, mas o impossível seduz. Foste ganhando terreno e já parece que te conheço há uma eternidade. Nem calculas que penso tanto em ti, de manhã, à tarde e ao anoitecer. E cá vou andando. A ouvir-te sempre que posso, sem encontro marcado. Porque ao teu lado o sol parece maior e há um paraíso no teu olhar...
Gosto de ti porque … sim!
Desde quando? Eu sei lá.
A vida é um carrossel. Não tenho explicação lógica ou motivo racional. Pode ser minha invenção mas estou segura que isto é verdadeiramente gostar. Sentir paz a ouvir-te, gozar a tua companhia enquanto sonho, baloiçar por entre as notas musicais.
A tua imagem não é de Apolo mas faz-me sorrir. Tudo bem. Os morangos estão lá para quem os souber encontrar.
O espaço tem o volume da imaginação e apaixonei-me pelos teus textos, pelo que dizes nas entrelinhas. Não percebeste? E assim, num voo nocturno, com o coração a planar, desejo eternamente que te encostes a mim, que te enrosques na minha vida e me deixes ficar. Não há passos divergentes para quem se quer encontrar. Eu não preciso de mais nada. É bom sorrir um pouco. Descontrair-me um pouco. Eu sei que tu me compreendes bem.
A vida é uma enorme encruzilhada. Há quem viva escondido a vida inteira. Andamos á deriva  na água. Tu tens de ser rápido. Senão vais-te afundar. Mesmo estranho, gosto de ti como és, até do que não te conheço ser, por isso não tentes surpreender-me. Que seria do amor sem imaginação? Canta poemas que me seduzam, com ou sem whisky de malte vou-te compreender, e vou precisar do teu ombro, porque às vezes sinto-me frágil. Mas o teu olhar tem razões que o coração não frequenta. És um animal solitário, tens medo de te dar, pássaro esquivo de cativeiro. Já chega de ilusões, ganhaste o vício da estrada. Pois é, pois é. E em vidas paralelas, cá estamos nós outra vez, eu vou ficando deste lado a ouvir-te cantar, vou ficando por perto até nos fartarmos, enquanto houver estrada para andar. De que é que tu estás á espera? Mal e bem – só mais um beijo.
 

http://www.imeem.com/eduardo8leao/music/XbEJUF3Z/jorge_palma_a_gente_vai_continuar/ 

publicado às 20:59

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