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«Há tanta, tanta gente neste mundo, todos à espera de qualquer coisa uns dos outros, e, contudo, irremediavelmente afastados« Haruki Murakami
Não digas nada, peço-te.
Enquanto a chuva bate persistente no vidro da janela, implorando abrigo.
E as gotas escorrem, dilaceradas, trémulas. Desaguam no parapeito de pedra, desfazem-se num grito fino. Ensurdecedor. Inquietante. Dormente.
Proclamam a primavera do nosso tempo, o calor emanado dos nossos corpos
despidos em fábulas encantadas de crianças. Fantasias adormecidas, entre abraços de sonhos perdidos no temporal das lembranças.
Não digas nada, peço-te.
Até a chuvar parar de repetir os versos.