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«Há tanta, tanta gente neste mundo, todos à espera de qualquer coisa uns dos outros, e, contudo, irremediavelmente afastados« Haruki Murakami
Desta vez não vai ser bem uma história. Quero dizer, vai ser talvez um prólogo, a história de uma história, na pior das hipóteses, o sonho de uma história. Desta vez conto uma história diferente, mas como já fiz rir, e eu própria já chorei a rir com ela, espero que sirva para o tema da semana "Façam-nos rir!".
Eu na città più bella
Já há algum tempo que ando com vontade de conhecer Itália. Sou uma verdadeira nódoa a geografia mas pensei assim numa viagem de comboio pelo sul de Espanha, passando lá por umas montanhas conhecidas de França que se chamam…. Google Google ok, Pirinéus (não sei se os comboios passam por lá mas isso não interessa para nada), depois um bocadinhozinho mais à frente (com um desviozinho pelo Mónaco para cumprimentar os Grimaldi) e chegava a Itália! Era por ali de certeza, quando ouvisse uns mafiosos a chamarem-me de bambina!
Bom, mas esqueçam, não vai ser nada disto. A ideia mesmo é ir de avião, de outra forma tenho sérias dúvidas que chegasse a Itália…
Como este ano não vou aos Alpes, fiquei excluída do grupo onde o meu marido está incluído, pensei que também merecia umas férias “minhas” em Abril. É justo! A propósito, estou a convencer uma amiga a vir comigo a Itália, mas se ela não quiser, eu vou na mesma. A ideia é ir de avião até Roma e alugar lá uma pensão para dormir nas duas primeiras noites para depois ir à aventura (claro que esta parte não conto à minha amiga, só assim para ser… emocionante!).
E perguntam-me entusiasmadas as minhas amigas, o que quero ver em Roma…
«Tutti!» Sei lá. A cultura não é o meu forte e só me saía o Vaticano (não tenho grande esperança que o Papa me queira receber, mas …), e vou ver Fontes, acho que há fontes lindas lá por todo o lado (se não é em Roma é noutra cidade qualquer conhecida). Eu gosto de água, por isso fontes parece-me bem!
Comunque, « o meu sonho mesmo é conhecer Roma e arredores de… vespa!» digo radiante.
E neste momento as minhas amigas olhavam desesperadas para o chão à procura do último parafuso que tinha caído da minha cabeça… Não encontraram, che peccato!
«Sim, motocicletta vrummm vrummm, isso mesmo. Lá toda a gente anda de vespa! E andam na maior confusão, em sentidos proibidos, por cima de passeios, descem escadas, é o máximo! E eu não sou a única a fazer transgressões!» Continuava eufórica ignorando o seu ar alarmado. Claro que este pormenor da vespa eu também não preciso revelar para já à minha companheira de viagem… outra emoçãozinha!
Só há um piccolo problema: eu nunca conduzi uma vespa… Na verdade não faço ideia como se anda de vespa, ou de qualquer moto. Mas posso praticar cá antes de ir, certo? E se sei andar de bicicleta, patins em linha e fazer ski, também me hei-de desenrascar a andar de vespa, sono sicuro! Neste pormenorzinho o meu marido ficou ligeiramente preocupado e começou rapidamente a procurar seguros de responsabilidade civil no estrangeiro. Adiante.
Eu quero ir lá, ver a città più bella de … vespa! Sim! Eu quero andar de vespa em Roma. Pronto, já enfiei na cabeça. Onde vou dormir as outras noites e o que vou visitar decido lá depois, aceitando os conselhos dos amici italiani que se cruzarem comigo parlando quella língua meravigliosa!
E nos últimos dias vou um pouco à praia.
«Roma não tem praia» diz o meu marido pacientemente. «Ahh, não? Não interessa, vou na mesma, não é em Roma há-de ser nas redondezas, eu encontro!» Não sei é se vou de vespa, com a mala às costas não dá… Alugo um carro. «Como se diz carro em italiano?» pergunto-lhe. «Auto…» responde. «Ok, boa, essa eu decoro!»
E anche ora, tenho de praticar o puí bello italino! Vou arranjar uns amigos italianos no Facebook para praticar e se me arranjarem estadia em Roma ou na praia lá perto (e não me venham dizer que Roma não tem praia, non voglio sapere), ancora meglio per me!
(relaxem que já tenho uma lista de monumentos, museus e locais para visitar! E não perco a oportunidade de mandar uma moeda para a Fontana di Trevi ou de jantar uma Pizza fininha e crocante na Piazza Navona).
Texto escrito para a Fábrica de Histórias.