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«Há tanta, tanta gente neste mundo, todos à espera de qualquer coisa uns dos outros, e, contudo, irremediavelmente afastados« Haruki Murakami
Desenhou-lhe o mapa a caneta no papel. Rabiscou como ele sabia. Tracejou a direcção com setas, indicou-lhe a estrada por onde passava, as rotundas onde virava e onde saia.
Ela entrou no carro e seguiu o mapa sem hesitar. Mais pelo instinto do desejo, do que pela precisão do desenho que levava consigo. A noite não a assustava, nem os atalhos desertos, ou a escuridão das estradas que percorria.
Hoje é apenas um mapa perdido num caderno. Encontrou-no numa mala, largado entre folhas arrancadas, abandonado, como a razão daquele caminho sem sentido. Ainda o guarda, mesmo sabendo que nunca mais a levará ao mesmo destino.
Não se permite questionar o porquê. Os mapas não têm explicação, são caminhos.