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«Há tanta, tanta gente neste mundo, todos à espera de qualquer coisa uns dos outros, e, contudo, irremediavelmente afastados« Haruki Murakami
Raspamos olhares tristes, fugidos
orgulhos de palavras encravadas na garganta,
nós embaraçados de desejos frustrados, ridiculos.
Porquê? Não me lembro.
Mas os olhos ainda se raspam, cúmplices de um segredo.
Sedentos e profundos, os olhos vagueiam tristes
fingindo-se alheios, desinteressados.
Ainda se raspam, e prendem-se por segundos um no outro,
os olhos, sequiosos de atenção.
Hesitam. Desviam-se envergonhados.
Morde-se o lábio, como para sentir um beijo imaginado
O corpo gelado, do vazio entre os dois
Raspam-se os olhos silenciosos, distantes,
rasgam-se de dúvidas e incompreenssões
Sei que não te sou indiferente. Tu ainda me roubas emoções.