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«Há tanta, tanta gente neste mundo, todos à espera de qualquer coisa uns dos outros, e, contudo, irremediavelmente afastados« Haruki Murakami
Eu sabia que eras tu, aqui do meu lado. O teu cheiro, a respiração apressada. Um arrepiu de frio. Tremes. E a tua pele roça na minha sem percebermos. Primeiro devagar, como um cego que tacteia uma parede desconhecida. Depois os movimentos aceleram num ritmo perturbante. Ansioso de se entregar. Um braço que me envolve e puxa. Sim, és tu, não precisava sequer de abrir os olhos. A voz quente e intensa a percorrer-me, sussurrando desejos sufocados. Teus e meus.
Afago o teu cabelo e os rostos atraem-se num magnetismo insólito. Violam-se os lábios. Primeiro violentos, descontrolados. Depois mais calmos, saboreiam-se deliciados, um e outro. Tricando. O gosto da língua que queima. Enrolo a perna nas tuas, para te prender. E tu puxas-me o corpo com o teu braço mais um pouco. A melodia de uma viola triste, ao nosso lado, parada. Ficamos juntos naquele lugar mágico até amanhecer.