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«Há tanta, tanta gente neste mundo, todos à espera de qualquer coisa uns dos outros, e, contudo, irremediavelmente afastados« Haruki Murakami
Ele chegou de repente, sem avisar. Ela correu como louca para o encontrar.
Olhou-o nos olhos e não teve dúvida. Era ele. Sempre foi. Nunca o esqueceu. E o tempo que se perdeu, percorrido entre os dois, começou a afundar. Num oceano imenso, submerso de recordações.
Abraçaram-se, demoradamente. Esquecendo que à volta havia gente. Apertaram-se, para acreditar. O mundo ficou pequeno. Estavam juntos novamente. Olhos vidrados, a um palmo de distância. Sorriam sem falar. Sorriam de lábios rasgados. Não existiam palavras para explicar. Eram tão minusculas para tudo o que se estava a passar.
Mãos agarradas uma na outra tacteavam o destino, o que fazer a seguir. A um palmo de distância os olhos não conseguiam mentir. Engoliam em seco, de coração na boca, de lábios sedentos por se tocar. Talvez um , só um beijo quente, lento e doce. Envolto num abraço apertado que a deixa a levitar. Ele beijou-a, como sempre fez, de uma forma louca e um brilho no olhar. O chão tremeu violento, as paredes começaram a abanar. à volta um mar revolto. E naquele naufrágio, para sobreviver, ela teve de acordar.